62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 1. Enfermagem de Doenças Contagiosas
ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM PROMOVENDO SAÚDE A PORTADORES DE HIV EM GRUPO DE APOIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Nathália Lima Pedrosa 1
Graziela Nogueira Gabriel 1
Juliana Ribeiro Costa 1
Ivana Cristina Vieira De Lima 1
Isabelle Silva de Albuquerque 1
Marli Teresinha Gimeniz Galvão 1
1. Universidade Federal do Ceará
INTRODUÇÃO:
Grupo de apoio é uma interposição voltada para a promoção da saúde, visando desenvolver um enfrentamento positivo de um problema comum aos participantes, aperfeiçoando a comunicação e as habilidades de resolução de problemas. Em relação aos pacientes portadores do HIV, essa prática coletiva é relevante, pois se cria um espaço reflexivo em relação ao saber conviver com a infecção do vírus. Além disso, desenvolvem-se laços afetivos durante as reuniões do grupo, promovendo assim uma inserção social dos participantes. Para isso, necessita-se de profissionais aptos a interagir e potencializar as competências do grupo no lidar com a doença. Nesse contexto, inserem-se os acadêmicos de enfermagem, os quais necessitam trabalhar neles próprios o preconceito, o medo e a insegurança em lidar com o HIV mediante uma atitude afetiva, ética e pautada no conhecimento científico. Logo, tornam-se relevantes estudos que abordem o assunto, para se conhecer a atuação de acadêmicos de enfermagem frente à condução de um grupo de apoio, de modo a propor o aprimoramento desta estratégia como forma de cuidado em saúde para os portadores do HIV. Objetiva-se, então, descrever a experiência de acadêmicos de Enfermagem facilitadores de um grupo de apoio direcionado a portadores de HIV.
METODOLOGIA:
Este estudo consiste em um relato da experiência vivenciado por acadêmicos de Enfermagem nas reuniões de grupo de apoio dirigido a portadores de HIV/Aids, durante os meses de agosto e setembro de 2009. Houve a participação voluntária de seis acadêmicos de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC) vinculados a um grupo de assistência, ensino e de extensão universitária sobre HIV/Aids. Totalizaram-se seis encontros semanais, com duração aproximada de uma hora, com média de sete pacientes para cada encontro. As reuniões semanais ocorreram em uma sala do ambulatório de referência na assistência ao HIV/Aids vinculado ao Hospital Universitário da UFC em Fortaleza. Os dados foram obtidos através de depoimentos emitidos pelos acadêmicos de Enfermagem ao final da experiência de condução dos grupos.
RESULTADOS:
A participação dos acadêmicos de Enfermagem no grupo de apoio desvelou-se como importante estratégia de aprendizado sobre o cuidado direcionado aos portadores do HIV, principalmente devido à constante necessidade de se estudar sobre a doença para sanar as dúvidas emitidas pelos pacientes durante as reuniões. Aliado a este fato, os acadêmicos relataram o amadurecimento pessoal durante a participação nas reuniões, pois a partir das respostas aos questionamentos dos pacientes, eles se sentiram capazes e felizes por atender às expectativas. Consoante à realidade supracitada, a literatura indica que o acadêmico deve buscar espaços alternativos de aprendizado em HIV/Aids, uma vez que geralmente não há o devido enfoque ao tema nas disciplinas do currículo do curso de Enfermagem (SANTOS 2009). Ainda em relação à experiência dos acadêmicos, a escuta foi compreendida como uma relevante forma de cuidado em saúde, pois viabilizou a aproximação da realidade vivenciada pelos participantes e a captação das necessidades reais de cuidado destes. Além da escuta, o desenvolvimento do cuidado no grupo esteve relacionado à discussão de intervenções para que o cliente alcance uma maior sobrevida e enfrentamento das adversidades impostas pela infecção.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que, para os acadêmicos, dirigir o grupo de apoio direcionado aos portadores do HIV/Aids é uma experiência rica tanto para o aprimoramento profissional, como para o amadurecimento pessoal. Assim, a vivência da experiência extracurricular contribui sobremodo na formação profissional, mediante aprofundamento sobre a doença, e na vida pessoal, através da convivência com a diversidade cultural, da troca de experiências com os portadores do HIV e do exercício da escuta. Assim, incentiva-se a participação do acadêmico de enfermagem em espaços de extensão a exemplo dos grupos de apoio ao HIV, de forma a capacitá-lo para atuar junto a esta clientela de forma integral, individualiza e livre de preconceitos/julgamentos.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Cietífico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Grupos de auto-ajuda, HIV, Enfermagem.