62ª Reunião Anual da SBPC

F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes

PÉ PLANO E SUA RELAÇÃO COM O EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO EM ESCOLARES DE NATAL,RN

Adriana Servula Fernandes Cunha 1 João Roberto Liparotti 1 Gildásio Lucas de Lucena 2

1. Depto. de Educação Física/UFRN 2. Prof. Dr./ Orientador, Depto. de Fisioterapia/UFRN

INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO Os pés são estruturas do corpo humano que se modificam ao longo do processo de desenvolvimento. Segundo Gunta (2002), quando a criança assenta o pé no chão e o arco longitudinal medial do pé desaparece, diz-se que há pé plano, também conhecido como "pé chato". Acredita-se que esse tipo de pé pode acarretar dor na vida adulta, problemas na marcha e na manutenção do equilíbrio. Os objetivos do presente estudo foram: Identificar crianças com pé plano e crianças com pé não-plano; Identificar a existência de diferenças ou não, no desempenho do teste de equilíbrio estático e dinâmico, entre escolares da rede pública e privada com pé não-plano e com pé plano, Identificar a existência de diferenças ou não, no desempenho do teste de equilíbrio estático e dinâmico em escolares com pé plano e com pé não - plano. Este trabalho procura fornecer subsídios para a fundamentação de um programa motor desenvolvimentista, baseado em evidências científicas, promovendo uma relevante e substancial melhora no padrão de saúde das crianças.

METODOLOGIA:

Estudo com características de pesquisa descritiva - comparativa de corte transversal. Amostra intencional, 4 escolas públicas e 4 privadas do município de Natal/RN, crianças do sexo masculino com 8 anos completos. Amostra com 110 escolares sendo 51 (46%) alunos de escolas públicas e 59 (54%) alunos de escola privada. Foi utilizado o pedígrafo, instrumento fabricado pela empresa Salva Pé®, que tem como objetivo fazer a impressão da face plantar do pé da criança e posterior realização das medidas podálicas para diagnóstico do pé plano, responderam um formulário com perguntas fechadas, realizaram o teste de equilíbrio estático com o tronco flexionado (Rosa Neto, 2002) e o teste de equilíbrio dinâmico andar para frente e para trás (Lefèvre, 1986). Para a realização do teste utilizou-se uma ficha de avaliação e fita adesiva de cor marrom com 2 metros de comprimento e 4,5 cm de largura. Os testes foram realizados individualmente, com a criança sem calçado, em ambiente adequado.

RESULTADOS:

Utilizou-se teste Qui-quadrado de Pearson na análise dos dados categóricos verificando associação estatisticamente significante ao nível de 5% (α=0,05) entre as hipóteses testadas, recorrendo ao teste Exato de Fisher quando a freqüência esperada mínima foi menor que 5. Com diferença estatisticamente significante, 71% dos escolares com pé plano não obtiveram êxito no teste de equilíbrio dinâmico, enquanto que 35% dos escolares com pé não-plano foram reprovados no mesmo teste (p=0,0022). No grupo estudado, o fato de ter pé plano interferiu no equilíbrio dinâmico. O estudo corrobora com Menz, Lord (2006) ao concluírem que a habilidade reduzida de equilíbrio é afetada por problemas encontrados nos pés, dentre os quais o pé plano, e, com Pinto, Sinelli (1985) ao afirmar que o arco plantar é fundamental na dinâmica e não na estática. Dos escolares com pé plano, 63% da rede pública foram aprovados no teste de equilíbrio dinâmico e apenas 8% dos escolares da rede privada foram aprovados (p-valor=0,0139). Acredita-se que, mesmo o fato do pé plano ter interferido no desempenho do teste de equilíbrio dinâmico no grupo estudado, as vivências motoras realizadas pelas crianças da rede pública e sua interação com o ambiente possa ter favorecido um melhor desempenho.

CONCLUSÃO:

- Foram identificadas 89 (81%) crianças com pé não-plano e 21 (19%) crianças com pé plano; - Não houve diferença estatisticamente significante no desempenho do teste de equilíbrio estático e dinâmico entre escolares com pé não-plano da rede pública e privada; - Não houve diferença estatisticamente significante no desempenho do teste de equilíbrio estático entre escolares com pé plano da rede pública e privada, porém, no equilíbrio dinâmico com esse mesmo tipo de pé, os escolares da rede pública alcançaram melhores resultados com significância estatística quando comparados aos escolares da rede privada (p=0,0139); - Não houve diferença estatisticamente significante entre escolares com pé plano e pé não plano no desempenho do teste de equilíbrio estático; - Houve diferença estatisticamente significante entre escolares com pé plano e pé não plano no desempenho do teste de equilíbrio dinâmico (p=0,0022); - No grupo estudado, o pé plano interferiu no desempenho do teste de equilíbrio dinâmico e não interferiu no equilíbrio estático.

Palavras-chave: Pé plano, Escolares, Equilíbrio.