62ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 2. Sociologia do Conhecimento

LIDERANÇAS CIENTÍFICAS E DEMANDAS SOCIAIS NA ÁREA DE SOCIOLOGIA

PAULO VICTOR SILVA PACHECO ¹

1. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

INTRODUÇÃO:

Considerando que os líderes de grupos de pesquisas do CNPq têm um papel fundamental nos rumos da produção do conhecimento, pretende-se analisar a produção de conhecimento na área de Sociologia para posteriormente analisar a sua relação com os diferentes enfoques de demandas sociais e cientificas evidenciados pela política científico-tecnológica dos últimos governos (FHC e Lula - 1999 a 2006). Essa primeira pesquisa exploratória na Plataforma Lattes resultou em um banco de dados completo sobre os pesquisadores, contendo informações que serviram de base para se traçar um breve panorama sobre a produção sociológica no Brasil, neste período.

METODOLOGIA:

. identificar pela Plataforma Lattes os pesquisadores níveis 1A e 2 do CNPq na área de Sociologia a fim de verificar se a posição no campo científico leva a posições diferentes no que se refere à influência nas demandas sociais na produção de conhecimento no período de 2004 a 2008; . verificar no Diretório dos Grupos de Pesquisa, quais os temas que estão sendo estudados pelos pesquisadores em diferentes posições; . verificar no Curriculum Lattes, os tipos de produção dos dois grupos de autores: artigos publicados, resumos e trabalhos completos em anais de congresso, livros, capítulos de livro, relatórios de pesquisa, publicações não-científicas (artigos de jornais e outros); . Aplicar os questionários eletrônicos aos pesquisadores para avaliar as principais fontes de financiamentos das suas pesquisas (públicas, ONG's, empresas, etc.) e as implicações geradas dos diferentes tipos de financiamentos com os diferentes tipos de produções (PP, PNP).

RESULTADOS:

CONCLUSÃO:

Os pesquisadores diferem quanto à idade, evidenciando que o tempo de produção é um fator que influi na concessão das bolsas de produtividade. Não diferindo de outras esferas do mercado de trabalho, a amostra de pesquisadores apresenta um maior número de pesquisadores que pesquisadoras. O fato de grande maioria dos pesquisadores estarem situados nas regiões Sudeste e Sul revela uma face da desigualdade do campo científico na área de Sociologia. Tem-se também que no nível 2 a maioria dos pesquisadores doutorou-se no Brasil, supostamente pela consolidação do programa de pós-graduação em Sociologia nos últimos 30 anos. O capital intelectual, acumulado ao longo dos anos, por meio da experiência e reconhecimento entre os pares da relevância da produção cientifica de cada pesquisador, nos explicam as diferenças entre as quantidades de ocorrências de produção bibliográfica e técnica e das médias entre os níveis. Apesar de existirem essas diferenças quantitativas evidenciadas no levantamento dos dados sobre as produções científicas, existe ainda uma diferença grande, em ambos os níveis, entre os quantitativos da produção PP (Produção para Pares) e da produção PNP (Produção para não-Pares). A produção sociológica, conforme apontou o levantamento sobre a produção dos pesquisadores nível 1A e 2, apesar de ainda ser majoritariamente ofertada para pares, passa cada vez mais ser demandada por entes não-Pares, como ONG's, organismos internacionais, empresas e movimentos sociais. Isso evidencia que cada vez mais a idéia do "modelo misto do desenvolvimento científico e tecnológico" se torna presente no fazer científico para a Sociologia no Brasil, pois cada vez mais os pesquisadores ao lado de atenderem as demandas do próprio conhecimento e de seus pares, também atendem algumas demandas sociais.

Instituição de Fomento: CNPq

Palavras-chave: sociologia, lideranças científicas, conhecimento.