62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS: PROMOVENDO INVESTIGAÇÕES NO ENSINO DA FÍSICA
Eliana Priscila Cavalcanti de Brito 1
Nayany Ferreira Galvão 1
Richardson Roberto de Almeida 1
Ricardo Giovanni Rommel Lellis Cabral 3
Wictor Carlos Magno 1
Alexandro Cardoso Tenório 2
1. Departamento de Física, Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE
2. Departamento de Educação, Universidade Federal Rural de Pernambuco/UFRPE
3. Escola Estadual Joaquim Xavier de Brito/EEJXB
INTRODUÇÃO:
Diante da necessária renovação do ensino de ciências na educação brasileira, várias alternativas têm sido propostas para promover uma educação de qualidade à maioria da população (ANGOTTI, 2001). Entretanto, a questão da educação em ciências, particularmente do ensino de física, é complexa, pois não são apenas um ou dois fatores, que isoladamente precisam ser enfrentados para conferir um ensino de qualidade. Dentre os diversos fatores que podem favorecer o exercício consciente da cidadania na escola pública, a formação inicial de professores para a educação básica tem sido visto como essencial (BAPTISTA, 2006). Afinal, se novos objetivos se impõe ao ensino médio, na expectativa de superar o ensino estritamente técnico, voltado para uma linha mais formativa e para o exercício da cidadania, necessariamente busca-se uma "nova" prática de ensinar, na qual a aprendizagem ganhe um novo sentido, que não se restrinja ao desenvolvimento do caráter meramente intelectual, cognitivo, de aquisição de conteúdos científicos, mas sim uma ampla aprendizagem, onde os alunos consigam compreender e explicar os acontecimentos diários, relacionando-os com as questões trabalhadas na escola.
METODOLOGIA:
Nesse sentido, a experimentação no ensino de ciências, em particular na física, tem sido encarada como centralizadora do processo de ensinar e aprender ciências. Ao exemplo das atividades do Programa Institucional de Iniciação à Docência da (PIBID) da UFRPE, essa linha se destina não apenas a melhorar o aprendizado dos conteúdos científicos, os chamados saberes científicos, mas busca desenvolver habilidades e competências típicas da investigação científica, como: crítica, questionamento, capacidade investigativa e autonomia intelectual. Busca assim promover o Letramento Científico dos alunos, através de ações, norteadas pelo tema integrador CIÊNCIA E CONTEXTO. As atividades experimentais realizadas pelo grupo de Licenciandos de Física da UFRPE se voltam para a necessidade de "diálogo entre conhecimento científico escolar e a realidade dos alunos, focando situações do contexto cotidiano e sociocultural" (MEC, 2009). Assim, concordamos com a idéia de que é possível "exercitar cidadania ensinando Física, estudando leis, teorias e princípios físicos envolvidos no funcionamento e/ou fabricação de objetos tecnológicos", que pode ser obtido, por exemplo, "pelo estudo reflexivo-ativo de aparatos tecnológicos" (ANGOTTI, 2001).
RESULTADOS:

Relatamos aqui as atividades do PIBID-UFRPE que se desenvolveram na Escola Estadual Joaquim Xavier de Brito, que apresenta um diferencial: a existência de um laboratório escolar de ciências. Mesmo sendo o laboratório fruto de uma concepção tradicional e fragmentada de ensino de ciências, com equipamentos e instrumentos, voltados diretamente e isoladamente para o ensino da física, da química, da biologia e da matemática, foi possível superar as limitações impostas pelo laboratório quando dos vários momentos em que as licenciaturas, participantes do PIBID-UFRPE puderam trabalhar no coletivo. Por exemplo, durante o Dia das Ciências Naturais, Matemática e suas Tecnologias, quando contamos com a participação do Espaço Ciências (Recife-PE) ou durante o "Dia do Meio Ambiente", quando os estudantes da escola vivenciaram várias atividades promovidas por todas as áreas do PIBID, como palestras, oficinas, experimentos e vídeos educativos. Na oportunidade, os alunos do ensino médio, não só presenciaram o que lhe fora preparado, mas também apresentaram palestras mostrando sua forma de pensar e ver as questões trabalhadas. Na ocasião, os estudantes tiveram a oportunidade de perceberam a Ciência de um modo mais abrangente, através dos olhares das diferentes licenciaturas.

CONCLUSÃO:

Durante a atuação do PIBID - UFRPE, ao longo de 2009, buscou-se assim resgatar o laboratório escolar, valorizá-lo, como espaço de aprendizagem ativa, crítica e reflexiva, de tal forma a promover entre todos os atores da escola (estudantes, professores e gestão) o pertencimento, para com escola pública, passando a percebê-la, como espaço público e democrático, de realização de direitos individuais e coletivos. Nesse sentido o laboratório, que antes era visto como um espaço ocioso passou a ser encarado pelos envolvidos como um verdadeiro patrimônio, um diferencial de destaque em relação às demais escolas locais. As atividades investigativas realizadas no espaço do laboratório permitiram assim o aumento do interesse dos alunos para com as ciências. Apesar das dificuldades, quando se permite uma interlocução mais franca com os estudantes, consideramos que as atividades de laboratório devem ser tratadas como investigações, nas quais os alunos se envolvem sem a direção tão impositiva do professor ou de um roteiro (BORGES, 2002), para promover a abstração e argumentação por parte dos envolvidos.

Instituição de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes
Palavras-chave: Laboratório, Experimentação, Educação.