62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
A CONCEPÇÃO DOCENTE SOBRE A PRÁTICA SUPERVISORA
Fabiana Santos Almeida 1
1. Universidade Federal do Piauí/UFPI
INTRODUÇÃO:
 

A Supervisão como parte integrante do sistema educacional, precisa adaptar-se aos avanços da sociedade. Dentro desse processo, é necessário repensar o papel do supervisor juntamente com suas intervenções pedagógicas com vistas ao desenvolvimento do trabalho docente. Assim, este estudo pretende investigar as concepções de professoras do ensino fundamental sobre a prática supervisora no contexto escolar da rede Pública Estadual de Teresina-Pi. A partir de autores da literatura da Supervisão como, Alves (1988) e Sperb (1976) traçamos um percurso teórico-metodológico onde apreendemos a visão dos sujeitos sobre a ação supervisora. Concretizada no primeiro semestre de 2008, esta investigação, de natureza qualitativa, envolveu 8 professoras de duas escolas das séries iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª série) da rede Pública Estadual de Teresina-Pi. Definir a prática supervisora torna-se fundamental, uma vez que esse profissional contribui decisivamente para o desenvolvimento de todos os aspectos ligado à ação educativa, incluindo, consequentemente, aos realizados pelo professor em sala de aula.

METODOLOGIA:
 

Realizada no primeiro semestre de 2008, esta pesquisa teve como sujeito 8 professoras que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª série) de duas escolas da rede Pública Estadual de Teresina-Pi. Neste trabalho optamos pelo estudo qualitativo, pois analisamos nosso objeto de estudo, a prática supervisora, no próprio ambiente em que ocorre, ou seja, na escola. Dessa forma, iniciamos a coleta dos dados com visitas ao acervo bibliográfico da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC-PI), no qual encontramos algumas obras que deram sustentação a nossa pesquisa quanto a trajetória da supervisão escolar no Estado do Piauí. Logo após, visitamos as escolas, colhemos as informações descritivas desse local e aplicamos o questionário, que permitiu aos sujeitos investigados certa liberdade e espontaneidade necessários para enriquecimento de suas respostas e de nosso estudo. Estruturalmente, o mesmo, contemplou questões semi-abertas englobando os dados pessoais dos investigados e suas opiniões acerca da prática do supervisor escolar. Os dados obtidos foram categorizados, facilitando sua interpretação, e confrontados com os estudos de autores, como Alves (1988) e Sperb (1976) que tratam da temática da Supervisão Escolar.

RESULTADOS:
 

No momento da análise dos dados traçamos as informações sobre os sujeitos investigados e sobre a prática do supervisor escolar. Referindo-se aos dados de identificação dos investigados, 25% apresentavam idade entre 24 a 35 anos, outros 25% entre 36 a 40 anos e os demais 50% entre 40 anos ou mais, sendo todos do sexo feminino. Quanto ao tempo de atuação no magistério este varia entre 3 a 26 anos, ao passo que nas escolas, onde realizamos essa investigação, já atuam de 4 meses a 10 anos. Ao indagarmos os sujeitos quanto a definição da prática supervisora em suas escolas, estes apresentaram discursos divergentes. Referindo-se à burocracia, a falta de orientação e a cobrança de tarefas, 50% dos investigados demonstraram insatisfação ao definirem a prática do supervisor. Essa visão, segundo Alves (1988, p.33),"volta-se ao papel tradicional desempenhado por muitos supervisores no qual resumem sua ação na cobrança de planos, estratégias e objetivos". Outros 50% explicitaram a satisfação, contrapondo-se aos discursos anteriores, definindo a prática supervisora como um acompanhamento geral e como uma ação sempre presente. Esse fato demonstra que o trabalho do supervisor "não se encontra mais em supervisão, mas, sim, em colaboração, orientação e coordenação" (SPERB,1976, p.158).

CONCLUSÃO:
 

Frente aos desafios que o sistema educativo enfrenta, muitos questionamentos recaem sobre o papel do supervisor escolar, uma vez que cabe a esse profissional assessorar e orientar os docentes no desenvolvimento de seu trabalho. Dessa maneira, ao investigarmos as opiniões de alguns docentes a respeito da prática supervisora, concluímos que para as professoras que atuam nas séries iniciais (1ª a 4ª) do Ensino Fundamental, a prática exercida pelo supervisor escolar significa uma ação que acompanha o desenvolvimento das atividades educativas, mas que também ainda significa uma ação falha marcada por imposições. Essa concepção nos revela que esse profissional, segundo os investigados, está tentando desenvolver sua prática nos moldes da chamada "Supervisão moderna", onde existe a preocupação em acompanhar e orientar o docente. Entretanto, mesmo apresentando esse aspecto positivo, ele ainda não se desprendeu totalmente de seu antigo papel apoiado em ações tradicionistas marcadas por controle e fiscalização do trabalho docente.

Palavras-chave: Concepção docente, Prática Supervisora, Ensino Fundamental.