62ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 9. Métodos Quantitativos em Economia
ESTIMAÇÃO POR VAR-VEC DA DEMANDA POR ENERGIA RESIDENCIAL PARA O BRASIL 2009-2017.
Sarah Regina Nascimento Pessoa 1
Larissa Camila Torres Pinto 1
Gustav Yves Mendes Nicácio Viana 1
César Augusto Oliveira Vieira 1
Mayanna Hora Jucá 1
Eliane Aparecida Pereira de Abreu 2
1. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - FEAC /UFAL
2. Depto. de Letras e Ciências Sociais/ UFRPE
INTRODUÇÃO:
A produção de energia elétrica adequada à demanda constitui um fator relevante para a manutenção de taxas de crescimento do produto de uma economia. A afirmativa decorre do fato deste segmento produtivo constituir um dos componentes que compõem a infra-estrutura de uma região. Em seu Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica o Ministério das Minas e Energia (MME) coloca que, considerando o âmbito nacional, a tendência apresentada pela demanda por energia supera a capacidade de geração do país, MME/EPE (2007-2016). Considerando este contexto de potencialidade de produção em diversos segmentos versus tendência de insuficiência na oferta este estudo pretende estimar o comportamento da Curva de Demanda Residencial por energia elétrica para o País.
METODOLOGIA:
Como para qualquer das classes a demanda por energia elétrica surge da necessidade de se fazer um aparelho ou equipamento funcionar, ela pode ser melhor classificada como um fator que participa da atividade produtora de bens, Schmidt e Lima (2004), e a representação desta função demanda derivada, pode ser melhor dada como: Logaritmo do consumo de energia elétrica no tempo é igual a logaritmo de ( constante) mais elasticidade renda vezes o logaritmo da renda mais elasticidade preço vezes o logaritmo da tarifa de energia elétrica no tempo mais elasticidade do preço dos eletro-intensivos vezes logaritmo do preço dos eletro-intensivos no tempo mais elasticidade preço dos substitutos vezes logaritmo do preço dos substitutos da energia elétrica no tempo. Este trabalho procura estimar o comportamento do consumo de energia residencial para o período de 2009-2017 pela modelagem de VAR. Este último baseado no procedimento de Johansen (1988) e Johansen e Juselius (1990) para identificar os coeficientes de co-integração. No entanto, não se descarta a possibilidade de haver algum desequilíbrio de curto prazo. O Vetor de Correção de Erros (VEC) pode conduzir as variáveis ao equilíbrio, ligando o comportamento de curto prazo das variáveis ao seu comportamento de longo prazo.
RESULTADOS:
De acordo com os testes de Raiz Unitária, identificou-se que as séries econômicas são estacionárias de ordem I(1). Foi necessário determinar o número de defasagens para o teste de co-integração. Então, utilizou-se o critério de decisão pelo número de defasagens que minimizou os critérios de Informação de Schwarz e de Hannan-Quinn, em que através dos resultados optou-se por 1 defasagem. O comportamento da elasticidade preço da demanda estimada (-0,707) se mostrou similar ao encontrado pelos trabalhos de Leite (2004), -0,9; Siqueira et alli (2006), -0,412 e Irffi et alli (2006), -0,504. No que se refere à elasticidade renda de longo prazo, seu valor de 1,79 se mostrou elevado, não tendo referência na literatura analisada. Apesar disto, seu valor se mostra maior que 1, como os encontrados em Leite (2006); 1,18, e Siqueira et alli (2006); 1,4 e Modiano (1984); 1,13. No entanto, é plausível que o valor alcançado pela elasticidade renda se apresente maior em relação a trabalhos anteriores, em função das políticas de crédito ou mesmo transferências de renda governamentais que possam ter impactado de maneira positiva sobre o consumo de energia.
CONCLUSÃO:
Como conclusão, concordando com trabalhos anteriores dentro desta área de discussão, a elasticidade da tarifa por energia elétrica é inelástica, o que vem reforçar a necessidade de ampliação futura de geração de eletricidade. Sendo assim, políticas que tenham por objetivo redução no consumo de energia não trariam resultados tão rápidos. Nos trabalhos pós-racionamento, o comportamento da elasticidade preço da demanda estimada continuou inelástica, porém maior que em períodos anteriores a 2001. Um dos fatores que podem justificar esse efeito de elevação da elasticidade foi o racionamento que fez com que os consumidores reestruturassem seu comportamento, diminuindo seu consumo após a política de redução. No que se refere à elasticidade renda, seu valor de 1,79 se mostrou elevado, podendo ser explicado pelas políticas de crédito ou mesmo transferências de renda governamentais que possam ter impactado de maneira positiva sobre o consumo de energia. De acordo com as previsões elaboradas para o período de 2009 a 2017, com a construção de três cenários de alto, intermediário e baixo crescimento do PIB, variando proporcionalmente a tarifa de acordo com a oscilação desta última variável, foi previsto um aumento do consumo de energia, na média, de 4,8% ao ano.
Palavras-chave: Energia Elétrica, Setor Residencial, Vetores Auto-Regressivos.