62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
ESTUDO DA CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO PELA ERVA-SAL (ATRIPLEX NUMMULARIA).
Luzia Maria Castro Honorio 1
Guilherme Leocárdio Lucena dos Santos 1
Vandecí Dias dos Santos 2
Afranio Gabriel da Silva 3
1. Departamento de Química - CCT - Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Profa. Dra/Orientadora - DQ - CCT - Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
3. Prof. Dr/Orientador - DQ - CCEN - Universidade Federal da Paraíba - UFPB
INTRODUÇÃO:
A atriplex nummularia também conhecida como erva-sal, é uma planta halófita, que tem potencial de uso como forrageira. No Brasil se adaptou muito bem a ambientes áridos e semi-áridos, e se desenvolve bem em solos com alto teor de sal. Existem mais de 400 espécies distribuídas no mundo. Essas plantas absorvem, por exemplo, o cloreto de sódio em altas taxas, acumulando-o em suas folhas para estabelecer um equilíbrio osmótico com o baixo potencial da água presente no solo. Os corantes reativos são substâncias utilizadas largamente em processos químicos e setores industriais. Cerca de dez mil corantes e pigmentos distintos são industrialmente utilizados, representando cerca de oitocentas mil toneladas de consumo mundial por ano, deste total vinte e seis mil é de responsabilidade do Brasil. Grande parte são desperdiçados durante os processos de produção e procedimentos. Antes de serem descartados, os efluentes contendo os corantes devem ser tratados de forma adequada para que não haja risco à saúde pública e ambiental. Diante disso, este trabalho teve como objetivo verificar a cinética de remoção do corante reativo Azul de Metileno de solução sintética utilizando folhas desidratadas de Atriplex.
METODOLOGIA:
Com intuito de investigar a capacidade de adsorção do corante Azul de Metileno pelas folhas desidratadas da Atriplex, foram preparadas soluções estoque que simulassem o efluente industrial contendo o corante com concentração da ordem de 1000 mg/L. O processo operacional foi realizado em sistema de batelada, sob agitação constante. O sistema foi composto por 9 (nove) amostras contendo aproximadamente 200mg de substrato (atriplex) e 10 mL da solução sintética do corante. O tempo de contato foi estabelecido aleatoriamente, resultando na interrupção da agitação em 10, 20, 30, 45, 60, 120, 150 e 180 min. A quantificação da concentração de equilíbrio do corante após o processo de remoção foi registrada em um espectrofotômetro de UV-vis, modelo 1800 da Shimadzu.
RESULTADOS:
O conhecimento da capacidade de remoção é de fundamental importância para os processos de adsorção, pois permite avaliar o tempo de contato e as condições operacionais favoráveis. Para a quantificação pela técnica de espectroscopia na região do UV-vis, realizaram-se as leituras de absorbância das amostras de acordo com o comprimento de onda máximo para o corante azul (650 nm). Construiu-se uma curva de calibração e realizou-se o teste usando ANOVA (análise de variância), para garantir uma maior confiabilidade nos resultados e consequentemente menores percentuais de erros nos dados analíticos. A partir da aplicação desta ferramenta quimiométrica foi possível verificar que o modelo matemático da curva de calibração ajustou-se com eficiência aos dados experimentais. Os estudos envolvendo o tempo de contato mostraram uma eficiência máxima de 85%, em remoção do corante. Os tempos mínimos para a obtenção das concentrações no equilíbrio foram respectivamente, 10, 20; 30; 45; 60; 90; 120; 150; e 180 minutos. De acordo com estes dados, é perceptível uma tendência de equilíbrio a partir de 30 minutos, verificando-se uma pequena variação na percentagem de adsorção quando submetidos a tempos de contato superiores.
CONCLUSÃO:
As investigações da capacidade e cinética de adsorção, além de serem definitivamente importantes para explicação da interação adsorvente/adsorvato, através da determinação de parâmetros como ordem de reação, constante de velocidade, energia de ativação, também estabelecem os tempos de equilíbrio reacional. Estes tempos são necessários para os estudos de adsorção em equilíbrio, e para o perfeito planejamento do emprego do material como adsorvente, para que o processo ocorra em tempo mais rápido, com maior eficiência como também, com custos mínimos. Diante disto, conclui-se que o processo de remoção mostrou-se favorável para o sistema corante/atriplex. A capacidade máxima de adsorção foi da ordem de 42 mg de corante por cada 1 g de atriplex, e o tempo de contato para o equilíbrio foi de 30 minutos. Propomos a investigação dos modelos de cinética de adsorção como estudos posteriores, como por exemplo os modelos propostos por Langmuir e Freundlich.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Corante, Atriplex, Adsorção.