62ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 6. Arquitetura e Urbanismo - 3. Projeto de Arquitetura e Urbanismo |
PARTICIPAÇÃO E (DES)PADRONIZAÇÃO NA PRODUÇÃO HABITACIONAL |
Danielli de Araújo Felisbino 1 Gisele Viegas Dantas Rodrigues 2 Najara Maila do Socorro Veiga Costa 2 Ana Kláudia de Almeida Viana Perdigão 1 Joana Valente Santana 2 |
1. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Pará/UFPA. 2. Faculdade de Serviço Social, Universidade Federal do Pará/UFPA. |
INTRODUÇÃO: |
A lógica de projeto em programas habitacionais brasileiros historicamente faz uso da padronização tipológica sem a participação do usuário no projeto. A descentralização das políticas e municipalização da política urbana a partir da década de 80 do Séc. XX permitiu a construção de um vasto repertório de experiências nacionais, cujo acúmulo de ações viabiliza a caracterização de um quadro de produção habitacional diversificado em procedimentos de gestão, contratação de projetos e qualidade de processos. A participação do usuário no projeto habitacional é uma maneira de romper com a padronização. Anastassaki, Le Cocq & Anastassaki apud Perdigão (2000) comentam tal rompimento através de justificativas e padrões racionalistas que levaram à produção exaustiva de conjuntos monótonos, sem qualquer respeito à cultura de convívio no espaço construído. Fato que compromete também a interação do habitante com o lugar que, segundo Barone & Dobry (2005), envolve a sensação de pertencimento ao lugar como uma necessidade básica emocional. |
METODOLOGIA: |
Utilizam-se pesquisa documental e bibliográfica, no que se refere à qualidade do espaço construído, elaboração de quadro comparativo de experiências paradigmáticas no Brasil, com efeitos da aparência do espaço físico e da vivência espacial nos programas locais. A organização das experiências foi feita conforme o contexto de projeto/gestão e os conceitos que justificam a relação entre ser humano e ambiente construído, são levantados. O quadro comparativo para estudo das experiências de forma sistemática constitui-se pela identificação da experiência, solução habitacional, proposta arquitetônica, projeto urbanístico, reconhecimento das casas, como participa o morador, processo do projeto e contexto tipológico. Por fim, organiza-se o material gráfico e fotográfico para análise tipológica das habitações. |
RESULTADOS: |
A arquitetura participativa, com início na década de 60, apresenta o processo participativo como forma de enfrentar a dimensão social e política dos projetos de interesse coletivo com a opinião dos usuários. As experiências habitacionais brasileiras são comparadas pela solução arquitetônica e intervenção urbanística, reconhecimento das casas e o modo pelo qual o morador participa no processo do projeto e o contexto tipológico. Observa-se a diversidade de requisitos de projeto envolvidos na produção do espaço construído os quais materializam a ruptura com a padronização habitacional em ações do setor. |
CONCLUSÃO: |
A arquitetura participativa é uma prática de grande importância para abordar temáticas como participação e padronização tipológica. O estudo sistemático de processos na produção do espaço buscando, por um lado, pelo avanço de técnicas e, por outro, a incorporação de conteúdos da subjetividade do habitar dos usuários pelos projetistas (PERDIGÃO, 2005), indica o aprofundamento de temáticas importantes para melhoria da qualidade de vida em cidades brasileiras. Com isso, torna-se possível acompanhar a dinâmica urbana em termos da mobilidade residencial, violência e crescimento desenfreado de áreas informais de habitação. |
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará/Universidade Federal do Pará - FAPESPA/UFPA. |
Palavras-chave: Tipologia habitacional, Participação no projeto, (Des)padronização. |