O projeto de pesquisa tem como problema central: Quem são e onde atuam os profissionais de Educação Física do Município de Campina Grande. O objetivo desta pesquisa foi identificar e analisar quem são e onde estão inseridos os profissionais de Educação Física que atuam no campo de intervenção - Academia, no Município de Campina Grande, Paraíba.O estudo parte do reconhecimento de que a área de Educação Física vem crescendo de forma significativa no cenário nacional, seja pela sua inserção como componente curricular obrigatório na Educação Básica, seja por sua abrangência de campos de atuação, tais como: clubes, centros esportivos, academias, espaços de lazer, empresas, rede hoteleira, clínicas, entre outros.  Neste sentido, esse movimento de ampliação da inserção dessa área de conhecimento exige que nossas reflexões acadêmicas perpassem diferentes campos, tais como educação, saúde, esporte e lazer.  O campo de intervenção - Academia vem crescendo significativamente nas últimas décadas, visto o crescimento da atenção a saúde e a estética do corpo. As academias com espaço de "culto ao corpo" tem na exercitação e atenção a saúde sua centralidade, tendo na dimensão da estética uma crescente preocupação, merecendo a atenção dos estudos acadêmicos.

O estudo caracterizou-se como uma pesquisa de abordagem quali-quantitativa do tipo descritiva, tendo como instrumento um questionário aplicado junto aos profissionais de Educação Física inseridos no campo de intervenção profissional - Academia. Foram 40 questionários, num universo de 32 academias, registradas em Campina Grande pelo órgão regulador da área. O instrumento - questionário, com questões fechadas, elaborado para essa pesquisa, buscou identificar: dados pessoais; formação inicial; pós-graduação; formação continuada; atuação profissional; áreas de interesse profissional. A aplicação do questionário aconteceu, na maioria dos casos, nos locais de atuação profissional dos pesquisados. De pose dos dados realizamos uma análise estatística simples, identificando suas recorrências e percentuais, para posterior análise qualitativa dos mesmos.

Dos 40 pesquisados, identificamos 26 (65%) do sexo masculino e 14 (35%) do sexo feminino. Neste universo, 22 (55%) são estagiários, cursando a Licenciatura em Educação Física na UEPB e 16 (40%) são profissionais de Educação Física, formados entre as décadas de 1990 e 2000, sendo identificado 01 (2,5%) formado em outra área - Psicologia, bem como 01 (2,5%) sem formação superior. Do grupo de profissionais formados 09 (22,5%) realizaram especialização, sendo 02 em andamento, destes (05) 55,6% na área de Fisiologia do Exercício. 37 (92,5%) dos pesquisados participaram de processos de formação continuada, com destaque para as áreas de Atividade Física e Saúde e Fitness. Os pesquisados atuam em média entre um a cinco anos nas academias, tendo cerca de 50% atuação concomitante nas escolas públicas e privadas. Registrou-se 19 academias com 44 atuações, existindo 04 profissionais que atuam em mais de uma academia. O vínculo empregatício representa 50% de estágios, 27,3% de contratos e prestadores de serviços, 18,2% proprietários e 4,5% não identificado. No que diz respeito às áreas de interesse profissional identifica-se a predominância da Atividade Física e Saúde, Esporte e Treinamento Esportivo, mas há um número significativo das áreas de Envelhecimento, Escolar, Reabilitação e Lazer. 

Através da análise refletimos sobre a caracterização dos profissionais da área e de seus campos de atuação reconhecendo que os profissionais que atuam nas academias são majoritariamente do gênero masculino, atrelado a ideia de força, vigor e performance corporal. Reconhecemos que este espaço de intervenção vem sendo ocupado por estudantes do Curso de Educação Física, estagiários, o que caracterizaria um espaço de formação em curso, porém, na maioria dos casos as academias tem profissionais não formados, sem relação com as universidades, porque isso garante baixo custo de serviços. Os dados indicam, ainda, que há uma minoria com pós-graduação lato senso e nenhum stricto senso, no entanto identifica-se um amplo campo de formação continuada entre os mesmos, o que nos permite inferir que os programas de pós-graduação, de caráter acadêmico, não atendem as necessidades deste campo de intervenção profissional. Esta pesquisa nos possibilitou traçar um perfil dos profissionais de Educação Física nas Academias de Campina Grande, possibilitando contribuir com as Universidades e os Órgãos Públicos do Município por apresentar um retrato sobre seus profissionais e suas possíveis necessidades no processo de formação inicial e continuada.