62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 4. Educação Básica
DIFICULDADES DE ACESSO DOS ESTUDANTES INDÍGENAS À EDUCAÇÃO BÁSICA
REGIANE TU KUN MA 1
Maria de Fátima Oliveira Mattos Grassi 1
1. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
INTRODUÇÃO:
Em 2002, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul aprovou a lei Nº. 2589, de 26 de dezembro de 2002, que criava o sistema de cotas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS - e que foi aprovada internamente pela UEMS, através da Resolução COUNI/UEMS nº. 241, de 17 de Julho de 2003, disponibilizando, no vestibular realizado em 2003, um total de 164 vagas para estudantes indígenas, através do sistema de cotas. Até o ano de 2007, somente os Cursos de Direito, Enfermagem, Ciências Biológicas, Agronomia e Zootecnia tiveram estas vagas totalmente preenchidas, em todos os vestibulares. Todos os anos sobram vagas, o que nos leva à seguinte reflexão: por que sobram tantas vagas nos vestibulares da UEMS? Este projeto teve como objetivo compreender as principais dificuldades que os estudantes indígenas enfrentam para garantir seu acesso e permanência na Educação Básica.
METODOLOGIA:
Este estudo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, com consulta a livros, artigos científicos, sites especializados, teses e dissertações produzidos sobre esta temática, além da análise da legislação pertinente. Há uma grande quantidade de trabalhos desenvolvidos sobre a educação indígena, muitos se referem a tribos e aldeias de outros Estados brasileiros.
RESULTADOS:
Dentre as principais dificuldades que os estudantes indígenas enfrentam, destacam-se as diferenças culturais, o excesso de valorização da cultura do branco, problemas financeiros e principalmente as barreiras culturais, provocando um aumento significativo do índice de reprovação e evasão escolar. A construção de escolas nas aldeias é um importante passo para contribuir com o acesso e permanência dos estudantes indígenas nas escolas. Há muitos jovens e adultos analfabetos ou mesmo que se evadem das escolas, em função destas dificuldades. O reconhecimento das escolas das aldeias como escolas indígenas, com estatuto diferenciado é, portanto, algo novo no sistema, e está em processo em todo o Brasil. O incentivo na formação de professores indígenas possibilita que os estudantes tenham a oportunidade de que sua cultura, costumes e tradições sejam valorizados e incorporados ao trabalho pedagógico das escolas, à medida que o professor tem conhecimento acerca da cultura e das sociedades indígenas. O número de vagas no Ensino Fundamental, tanto nas séries iniciais quanto finais, tem aumentado, o que significa que, em breve, grande parte desses alunos poderão estar aptos a darem prosseguimento aos estudos, podendo cursar o Ensino Superior.
CONCLUSÃO:
O incentivo na formação de professores indígenas, ou mesmo de professores para atuar nas escolas indígenas é um importante ponto a ser destacado, pois ele possibilita que os estudantes tenham a oportunidade de que sua língua materna e cultura sejam valorizados e incorporados ao trabalho pedagógico das escolas, à medida que o professor tem conhecimento acerca da cultura e das sociedades indígenas. Os estudantes conseguem, muitas vezes, ter acesso à escola, garantem sua vaga, mas nada é feito no sentido de garantir-lhes, eficazmente, a permanência na sala de aula. A realização desta pesquisa permitiu compreender melhor as sociedades indígenas, a política de ações afirmativas e o universo das aldeias indígenas, onde futuramente poderei atuar como enfermeira e como promotora de educação em saúde.
Instituição de Fomento: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Palavras-chave: Educação escolar indígena; , evasão escolar; , Educação Básica..