| G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior |
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| O IMPACTO DAS POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS: NEGROS E NEGRAS E O SISTEMA DE RESERVA DE VAGAS DA UNB |
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Sweldma Arantes Celestino Lima 1
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1. Universidade de Brasília
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| INTRODUÇÃO: |
| A Universidade de Brasília foi pioneira enquanto Universidade Federal ao implantar uma política de ação afirmativa como o sistema de reserva de vagas pra negras (os), e a mantém como um primeiro exercício de inclusão desta maioria populacional discriminada, minoria no Ensino Superior, e como forma de reconhecimento e enfrentamento de um quadro de históricas desigualdades raciais para com a população negra, que envolve tácitas práticas de branqueamento da elite nacional, reconhecidas recentemente pelo próprio Estado. Dentro desta perspectiva, esta pesquisa analisa a percepção de alunas (os) cotistas sobre as relações étnico-raciais presentes na UnB, bem como o papel desta para a implementação e fortalecimento de ações afirmativas para grupos historicamente excluídos. |
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| METODOLOGIA: |
| A pesquisa teve caráter qualitativo, valorizando a indissociabilidade entre o mundo objetivo e a subjetividade. Por instrumento, houve entrevistas estruturadas, realizadas entre estudantes negros (as) da Universidade de Brasília, visando compreender qual o impacto das políticas de ações afirmativas da UnB na vivências do corpo discente ingresso e egresso pelo Sistema de Reserva de Vagas. O grupo foi selecionado em conjunto com o Grupo Afro Atitude da Universidade de Brasília, e o Centro de Convivência Negra. Considerando a profundidade com que o estudo precisou ser realizado, e moderando com o tempo disponível, considerei os dados obtidos, com análises de entrevistas de 2 (dois) alunos (as) cotistas em fase de graduação, e 2 (dois) egressos (as), totalizando em 4 (quatro) colaboradores. |
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| RESULTADOS: |
| O estudo revelou que os colaboradores desconhecem inicialmente quais demandas sociais levaram ao surgimento da reserva de vagas, conhecimento este que foi somente apropriado durante o percurso acadêmico, em grande parte propiciado pelo movimento negro organizado. Revelou ainda que dentro da universidade, ao afirmar-se negro cotista, o (a) estudante recebe o estigma, o rótulo, através do qual qualquer tentativa de diálogo, de contestação é desvinculado do seu valor real, considerado pelo meio um discurso a mais. Enquanto ação afirmativa, observa-se que o sistema de reserva de vagas propicia a reflexão sobre a identidade negra do estudante, ainda que tardiamente. A necessidade de trabalhar coletivamente em cima desta identidade, localizando-a no contexto da ação afirmativa, e no momento em que esta instaura-se na história nacional é mais uma meta a que a universidade, em seu papel político-social, deve cumprir.
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| CONCLUSÃO: |
| Os resultados revelam o desfalque curricular nos Departamentos, Institutos e Faculdades da Universidade, que não têm incluído em sua oferta regular, cursos direcionados ao estudo das Relações Étnico Raciais na Educação e têm em seus quadros,na percepção dos estudantes, poucos professores que discutem esta temática, não ofertando, pois, condições para estancar, ou suprir esta demanda. Ainda nos apontam que, a partir do momento em que estudante se afirma cotista, este deve preparar-se para o embate. Os relatos analisados indicam que a comunidade acadêmica não está amadurecida em seu debate para poder dialogar sobre a reserva de vagas em paridade. Ela vai de encontro ao diálogo, ao invés de vir ao encontro da discussão sobre esta temática. Esta pesquisa chama a atenção pela ainda instabilidade da auto-afirmatividade no contexto acadêmico, e seus resultados apontam para a necessidade de maior comprometimento institucional no fomento às discussões e ainda, na formação temática da comunidade acadêmica, para que o Sistema e seu alcance não fique restrito àqueles que dele fazem parte, mas que se expandam à toda a Universidade, ao profissionais que ela forma, e em linha exponencial, à sociedade como um todo. |
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| Instituição de Fomento: Departamento de pesquisa e pós graduação da UNB |
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| Palavras-chave: Avaliação, Ensino Superior, Ações Afirmativas. |