62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 7. Oceanografia - 3. Oceanografia Geológica
PROJETO DE PROTECAO E  RECUPERAÇAO DA PRAIA DE AREIA PRETA-NATAL-RN
Eugênio Marcos Soares Cunha 1
Luís Parente Maia 2
1. Departamento de Oceanografia e Limnologia - UFRN
2. Instituto de Ciências do Mar - UFC
INTRODUÇÃO:
A Praia de Areia Preta era uma praia habitada por pescadores que viviam em ranchos, logo substituídos por casas de veraneio. Atualmente, esta área apresenta-se quase totalmente ocupada por edificações muito próximas ao mar e em terrenos de dunas, o que interferiu no balanço sedimentar costeiro e, com isso, provocou o retrocesso da linha de costa. Este problema foi inicialmente agravado com a implantação de uma via na  da década de 50,  e posteriormente com a construção da Via Costeira, no início da década de 80, que isolou definitivamente a duna da praia e exigiu, como medida de contenção dos processos erosivos cada vez mais acentuados, uma cortina de concreto, a qual teve que ser de ampliada e reparada ao longo dos anos seguintes. O ataque erosivo ocorria principalmente nos períodos de conjunção de marés de maior amplitude com ventos de maior intensidade, resultando  na destruição de trechos da cortina de concreto, das calçadas, e danos até na via existente. Em busca de uma solução para este problema , foi desenvolvido um  projeto de pesquisa para a Recuperação da Praia de Areia Preta, através de um convênio entre a Prefeitura do Natal e a UFRN, com a participação da Universidade de Barcelona, e também com pesquisadores da UFC,UFF, UNP e do IFERN - RN.
METODOLOGIA:

Os estudos desenvolvidos entre os anos de 1997 e 1999, que contemplaram um conjunto de informações oceanográficas, meteorológicas e geológicas, apontaram como a melhor opção, entre várias alternativas analisadas, uma solução  mista para a proteção e recuperação deste trecho costeiro, compreendendo um aterro hidráulico entre as pontas de Mãe Luiza e Morcego, estando limitado ao norte por um espigão de contenção de areias semi-submerso, e segmentado em três trechos por outros dois espigões, também semi-submersos.

Durante a execução desta obra, foi realizado o monitoramento ambiental da Praia de Areia Preta e adjacências com  objetivo de avaliar o desempenho do projeto, consistindo de quatro componentes principais: levantamento de perfis de praia, análise dos sedimentos, observação do comportamento das ondas e níveis de água, e levantamento por fotografias aéreas do contorno da costa.

RESULTADOS:
Os resultados deste monitoramento, que foi iniciado antes da execução da obra, já mostravam em 2002, um acúmulo geral de sedimentos na praia de Areia Preta da ordem de 4.902 m3, associado a difração das ondas nas extremidades dos espigões. Com relação à  praia dos Artistas, observou-se um volume de sedimentos acumulado da ordem de 3.723 m3, confirmando as previsões do estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA), que  estas obras não afetariam o balanço sedimentar das praias localizadas ao norte. Nos anos seguintes, ou seja de 2002 a 2009, essa tendência de deposição de material em toda a praia se consolidou com o acumulo gradual de material arenoso na praia.
CONCLUSÃO:
De maneira geral, embora o projeto executivo não tenho sido executado como previsto por fatores de ordem admnistrativo-financeiro e com isso o aterro não tenha sido totalmente concluído, a obra somente  causou impacto positivo nesse trecho da orla costeira de Natal,  e tem uma excelente aceitação por parte da população, principalmente  dos bairros próximos de baixa renda,  que utilizam a praia recuperada para o lazer, e os espigões para a pesca, e ainda o abrigo gerado por esta estrutura, para atracar suas embarcações.
Palavras-chave: Proteção Costeira, Erosão Costeira, Recuperação de Praia.