62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
EFICIÊNCIA DO USO DE ÁGUA POR MUDAS CLONAIS DE Eucalyptus urograndis EM FUNÇÃO DAS COMPOSIÇÕES DE SUBSTRATO, MANEJO HÍDRICO E NUTRICIONAL
Danilo Simões 1
Richardson Barbosa Gomes da Silva 1
Enzo Antonio Lecciolle Paganini 1
Fernando Reis Andrade 1
Magali Ribeiro da Silva 1
1. Universidade Estadual Paulista/UNESP
INTRODUÇÃO:
Na produção de mudas de um viveiro florestal é de extrema importância a quantificação da necessidade hídrica e nutricional das plantas, sendo que estes manejos deverão ser ajustados para cada tipo de substrato. Entender as inter-relações entre substrato, manejo hídrico e nutricional é fundamental para produzir mudas com elevados padrões de qualidade O manejo de adubação deve atender as diferentes demandas nutricionais durante as fases de desenvolvimento da muda, sendo que na fase de crescimento as mudas devem receber todos os nutrientes e na fase de rustificação normalmente aduba-se somente com K para adaptá-la para as condições de campo. Entretanto o manejo hídrico também influencia nesta adaptação. Com o aumento da eficiência no uso de água, maiores são as chances de sobrevivência da planta no campo. Dessa forma, buscou-se com este estudo verificar a relação das frequências de irrigação, substratos e doses de adubação, com a transpiração ao longo do dia de mudas clonais de Eucalyptus urograndis.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido no viveiro florestal da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Botucatu, SP. As mudas foram produzidas a partir de miniestacas de um clone do híbrido Eucalyptus urograndis. O estaqueamento foi efetuado em tubetes de 50 cm³, acondicionados em bandejas de polipropileno. O delineamento adotado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x2x2 (substrato, adubação e irrigação). Os substratos foram formulados a partir de vermiculita (V), casca de arroz carbonizada (C) e fibra de coco (F), sendo S1 = V + F(1:1; v:v), S2 = V + C(1:1; v:v), S3 = V + C + F(1:1:1; v:v:v), S4 = F + C(1:1; v:v). As adubações da fase de crescimento foram: 1 - solução nutritiva com 264, 120, 173, 164, 43 e 60 mg L-1 de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente; 2 - solução nutritiva 1, acrescida em 50%. Na fase de rustificação, a adubação foi de 300 e 450 mg L-1 de K, para as adubações 1 e 2, respectivamente. O manejo hídrico foi diferenciado pela frequência, sendo de 3 e 6 vezes ao dia. Para avaliar a transpiração ao longo do dia usou-se o método de pesagens. Cada tratamento contou com 8 repetições. Os resultados foram submetidos à análise de variância e nos casos em que houve diferença estatisticamente significativa foi realizado teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Ao analisar a transpiração ao longo do dia verificou-se que não diferiu estatisticamente sob o efeito dos tratamentos. No entanto, é possível observar dois grupos distintos, constituídos pelos manejos hídricos de frequência 3 e 6 vezes ao dia. O grupo de mudas que recebeu a irrigação três vezes ao dia se caracterizou por apresentar valores de transpiração superiores e maior variação desses valores ao longo do dia. O grupo que recebeu irrigação seis vezes ao dia apresenta menor flutuação na transpiração no decorrer do dia e valores menores de perda de água. Essas pequenas variações na perda de água entre as horas menos e mais quentes do período de avaliação provêm de uma resposta mais rápida e eficiente dos estômatos à perda de água. Já as mudas de frequência 3 vezes ao dia, demonstram o comportamento das mudas menos adaptadas ao déficit hídrico, ou seja,têm atraso em suas reações contra a desidratação. Outra questão a ser observada, é o fato de que as duas adubações avaliadas demonstraram um efeito secundário ou menos pronunciado em relação à transpiração. Na frequência de 6 vezes ao dia, mesmo não diferindo estatisticamente do grupo com 3 vezes ao dia, demonstrou taxas de transpiração inferiores com o aumento de 50% nas doses de adubação.
CONCLUSÃO:
Os substratos avaliados, manejos hídricos e nutricionais aplicados na fase de crescimento e rustificação, não influenciaram na transpiração total. No entanto, as mudas que receberam a irrigação seis vezes ao dia, demonstram uma resposta mais rápida e eficiente dos estômatos à transpiração.
Instituição de Fomento: CAPES, PET/SESu/MEC
Palavras-chave: Transpiração, Fisiologia, Eucalipto.