62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 5. Histologia
Perfil de Aproveitamento Escolar em Ciências Morfológicas na UFRN: Perspectiva de Novas Abordagens Educacionais
Afonso Xavier Gomes Silva 1
Elker Philipe Fernandes de Abreu 1
Hareton Teixeira Vechi 1
Carlos Augusto Galvão Barboza 1
Sérgio Adriane Bezerra de Moura 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte/ UFRN
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho reporta o aproveitamento discente na área das ciências morfológicas (ênfase em Embriologia e Histologia) considerando as matrículas deferidas, retenção e desvinculação voluntária (trancamento). O levantamento em foco é parte de um estudo diagnóstico com fins ao reconhecimento de potenciais e fragilidades no ensino das ciências morfológicas e propor metodologias e/ou estratégias que visem à melhoria da qualidade de ensino. A avaliação dos dados quantitativos levantados aliados a diálogos entre professores e alunos ao longo dos períodos letivos, culminaram com a discussão da necessidade de abordagens pedagógicas adicionais no intuito de propiciar uma melhoria da aprendizagem e a incorporação de novas estratégias educacionais aos cenários de ensino. Dessa forma, as verdades elucidadas por tais indicadores nos remetem à necessidade de discussão do atual modelo de ensino e o desenvolvimento de novas ferramentas com o propósito de melhorar o binômio ensino-aprendizagem.
METODOLOGIA:
Fez-se um levantamento de dados, através do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), no que concerne à situação dos discentes nas disciplinas de Embriologia e Histologia do Departamento de Morfologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no período compreendido entre 2006.1 e 2009.2. Sistematicamente, foram coletados valores numéricos absolutos de matrículas deferidas, trancamentos, aprovação e de reprovação nas disciplinas supracitadas. Mediante uma planilha do programa Excel, calculou-se o total de matrículas deferidas, trancamentos, aprovações e reprovações em relação à Embriologia e à Histologia, no período entre 2006.1 e 2009.2. Os dados foram avaliados em valores absolutos e a seguir, em valores percentuais. As análises foram elaboradas de modo distinto para cada disciplina (Embriologia e Histologia), como também de forma consolidada constituindo parte importante representativa das Ciências Morfológicas.
RESULTADOS:
Obtiveram-se estes resultados a partir da pesquisa: no período entre 2006.1 e 2009.2, o número de alunos matriculados nas disciplinas de Embriologia e Histologia foi, respectivamente, 2.186 e 2.149. Considerando a Embriologia, 1.978 alunos (95,42%) foram aprovados, 95 alunos (4,58%) reprovaram e 113 alunos (5,17%) trancaram a disciplina. Na disciplina Histologia, o total de alunos aprovados foi 1.855 (92,20%), 157 (7,80%) alunos reprovaram e 137 (6,38%) trancaram a disciplina. Os dados são apresentados na forma de estatística descritiva e sabe-se que o Brasil fez progressos no diagnóstico da situação do sistema educacional e tem aplicado esforços na direção do melhoramento. Sabe-se que a repetência ocorre mais incisivamente em estudantes menos favorecidos economicamente, processo definido pelo Prof. Sérgio Costa Ribeiro como "pedagogia da repetência". Há que considerar também que o professor é ator importante para a melhoria da qualidade de ensino e que precisa ter boa formação em termos de conteúdo e metodologia de ensino. Os números apresentados não denotam fracasso no ensino das ciências morfológicas, mas podem servir como alerta para fragilidades, requerendo diagnóstico preciso e ações empreendedoras para melhoria da qualidade de ensino.
CONCLUSÃO:
Os dados aqui observados, mesmo não sendo considerados alarmantes, servem como provocadores para que se questionem as práticas vivenciadas no processo de ensino. A realidade da educação superior aponta para uma necessidade de adequação estrutural, metodológica e didática nas universidades e esse fato instiga o docente a questionar: como fazer e com que fazer educação, adequando-se à proposta projetada pelos parâmetros curriculares e pelo mercado de trabalho. As instituições de ensino devem elaborar meios de estimular a inteligência do educando e desenvolver suas habilidades, dessa forma, os alunos são considerados sujeitos ativos e o conhecimento não é transmitido, mas construído. Entende-se que a implementação de metodologias ativas no processo educacional seja uma atitude que favorece o aprendizado e amplia as possibilidades do crescimento dos alunos com base em seus próprios esforços. Acreditamos que iniciativas de melhoria da qualidade de ensino devem ter como ponto de partida a caracterização do ensino per se; ou seja, conhecer o perfil do professor, suas dificuldades, metodologias utilizadas, as perspectivas de formação permanente e as possibilidades de utilização de metodologias adequadas aos diversos cenários de ensino-aprendizagem.
Instituição de Fomento: Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES); Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI)
Palavras-chave: Métodos de ensino, Aprendizagem, Qualidade de ensino.