A Malária ainda persiste como um grave problema de saúde pública no mundo, principalmente em regiões tropicais. Segundo dados do SIVEP (2009), a região Amazônica é responsável pelos maiores índices de incidência no Brasil, com 146.568 casos (2006), 165.167 (2007), 134.049 casos (2008) e 40.551 (primeiros meses de 2009). Apesar destes números expressivos há alta prevalência de Malária assintomática causada por Plasmodium falciparum e vivax. Neste cenário, encontra-se a cidade de Coari, localizada na região central do Amazonas, sendo considerada endêmica e registrando 11.434 casos de malária em 2007 (IPA=126,2). Apesar da malária ser um dos graves problemas de parasitemia nesta região, não é a única, sendo observado ainda casos ocasionados pelo parasita denominado Mansonella ozzardi, causador da Filariose. Ressaltando que, apesar de quadros graves ocasionados por estas patologias tropicais (em especial a Malária), alguns portadores apresentam quadros assintomáticos, principalmente indivíduos com filariose. A partir desta temática, nota-se o interesse cientifico no assunto abordado dada as condições imunogenéticas de cada população. Deste modo, este estudo tem como objetivo verificar prevalência de casos assintomáticos relacionados a estas patologias tropicais.

Foram analisados os dados referentes à infecção por Malária e Filariose de 595 fichas-prontuários do SIVEP obtidas na vigilância epidemiológica do Hospital Regional de Coari (HRC). Estes dados são provenientes de pessoas que não relataram sintomatologia de malária, entretanto, o exame de gota espessa fora solicitado durante atendimento médico. Este método é adotado oficialmente no Brasil para diagnostico de malária, sua técnica baseia-se na visualização do parasita através de microscopia ótica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação especificas a partir da analise morfológica, e pelos estágios de desenvolvimento do parasito encontrados no sangue periférico.

As variáveis analisadas foram: Casos assintomáticos confirmados, gênero (sexo), faixa etária.

A análise dos dados demonstraram que pessoas assintomáticas podem ser portadoras sem sintomas do Plasmodium ssp  e ou Mansonella ozzardi. Foram encontrados quatro (0.67%) casos positivos de filariose do gênero Mansonella ozzardi em indivíduos de sexo Masculino com idades entre 27 e 51 anos, notificados na comunidade esperança I (Rio Solimões), localizado nas aproximidades do município de Coari, e um caso positivo (0,16%) de Malaria do gênero Plasmodium vivax em individuo do sexo feminino com a idade de 15 meses notificado no Lago de Coari no distrito de Juaruma no município de Coari.

Deste modo conclui-se que apesar de ter sido identificado indivíduos assintomáticos portadores do Plasmodium ssp  e ou Mansonella ozzardi um acompanhamento longitudinal destes indivíduos faz-se necessária. Principalmente em relação à malaria dada a condição imunológicas do individuo identificado. Uma boa opção e a PCR (Polymerase Chain Reaction) para o diagnostico da malária, uma vez que vários estudos indicam sua sensibilidade e especificidade maior de que outros métodos, sendo capaz de identificar os indivíduos assintomáticos que a gota espessa nem sempre consegui abranger.