Embora os impactos ambientais tenham sido apontados há anos por estudiosos e profissionais de áreas afins, só nas últimas décadas tais problemas ganharam importância, vindo a ser discutidos em quase todos os países. No entanto, diante de tantos problemas socioambientais que afetam o planeta e a população mais pobre, como o preocupante aquecimento global, a implantação de políticas econômicas irresponsáveis por parte dos países mais desenvolvidos, o consumo insustentável e outros, ainda não são assuntos prioritários na prática pedagógica. Apesar de essa problemática estar por diversas vezes em evidência na mídia, quase não é contextualizada em sala de aula, o que dificulta a compreensão da maioria da população. Considerando que a educação ambiental poderá gerar mudanças na qualidade de vida das pessoas e na conscientização dos efeitos causados por atitudes e condutas inadequadas do ser humano, pensou-se num trabalho ecopedagógico aliado ao ensino de educação ambiental com crianças que freqüentam a escola na sua primeira infância, de maneira holística, consciente e interdisciplinar. O presente trabalho busca analisar as práticas pedagógicas e as estratégias utilizadas no ensino de educação ambiental para formação da consciência ecológica, a partir das séries iniciais. Salienta-se, que o mesmo fundamenta-se nos teóricos: Paulo Freire, Francisco Gutiérrez, Cruz Prado Gadotti e outros, numa perspectiva pedagógica.

Após a fundamentação teórica, desenvolveu-se uma pesquisa de campo, da qual se utilizou técnicas de observação em sala de aula, entrevista com os aluno, para diagnosticar o ensino de Educação Ambiental. E também identificar a prática pedagógica utilizada pelo os professores no processo de conscientização dos alunos em relação aos problemas ambientais globais e locais, assim como reconhecer suas concepções e conhecimentos sobre meio ambiente.  A população investigada constituiu-se de estudantes de 3º e 4º ano, do ensino fundamental das escolas públicas da rede municipal na cidade de Caxias-MA, em número de 20 (vinte), das quais foram tomadas por amostra 5 (cinco), das quais foram pesquisadas uma sala de cada serie por turno, importando em 30 (trinta) salas  totalizando 980 (novecentos e oitenta) alunos. Trata-se de uma abordagem qualitativa, tendo o universo  as escolas publicas e objeto de análise os alunos do 3º 4º ano das series iniciais do Ensino Fundamental

Com a observação em aulas e entrevista com os alunos do 3° e 4° ano de ensino fundamental, fez as seguintes perguntas consideradas básicas, de modo que se obteve o seguinte resultado.

A) FORMA DE ABORDAR  SOBRE A IMPORTÂNCIA DO MEIO AMBIENTE- Para 32% ele é vista como algo que faz parte do dia a dia, 18% afirmam ser importante, 50% não responderam,  o que é preocupante, pois a escola deve ser o lugar, a dar inicio ao processo de conscientizar para vida e tudo que esta a volta. B) CONHECIMENTO SOBRE OS DANOS AMBIENTAIS- para 60%, as queimadas, devastação é uma necessidade 30% conhecem, e 10% nunca pensam sobre o assunto, o que é preocupante, uma vez que, os danos  são cada vez mais irreversíveis, C) A ESCOLA REALIZA ALGUM TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL- para 70% dos alunos não realiza,  5% mais ou menos, e 25% desconhecem.  No que leva a creditar que a escola não considera estudos relacionados ao meio ambiente prioritária. D)  SOBRE OS PROBLEMAS AMBIENTAIS, DOS QUAIS SÃO ABORDADO NA SALA DE AULA, DESPERTAM ALGUM INTERESSE- para 60%  não  despertam ,  30% dizem que sim e estudam assuntos sobre  meio ambiente, e 10% afirmam  estarem  satisfeito  da forma que os assuntos são abordados, mas que não dão continuidade além da sala de aula .

Após o analise da pesquisa, concluiu-se que, embora os problemas ambientais estejam em evidencia, em quase todos meios de comunicações, livros impressos e eletrônicos, porém, nem sempre são articulados ou contextualizados na sala de aula, razão pela qual dificulta o entendimento do aluno. Percebeu-se que os professores entrevistados demonstram conhecimento sobre os principais problemas, porém a groso modo, ou seja, não têm conhecimento dos efeitos centralizados na sociedade causados pela problemática ambiental, de modo que o ensino de educação ambiental é abordado de forma artificial, estando mais relacionado ao verdismo, visitar animais, participação de campanhas de lixos e outros. O que de fato se percebe que existe falta de aquisição de conhecimento nos profissionais para promover a conscientização por meio da educação ambiental. De acordo com os fundamentos teóricos deste trabalho, tais atividades citadas não deixam de ter alguma importância, porém não oferecem alternativas com efeitos relevantes. Portanto, a educação ambiental deve levar a outro nível de consciência crítica, e isto inclui uma educação relacional, emocional, afetiva e de valores, numa perspectiva de integrar o individuo ao ambiente como um todo numa dimensão  que  conscientize sobre  os problemas socioambientais.