62ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
UTILIZAÇÃO DE CASCA DE SURURU COMO AGREGADO MIÚDO NA CONFECÇÃO DE CONCRETO
GIORGIO CHRISTIAN NUNES DE SOUZA 1
GEILSON MÁRCIO ALBUQUERQUE DE VASCONCELOS 1
ANDERSON HENRIQUE BARBOSA 1
1. CESMAC
INTRODUÇÃO:
Diante do contexto social em que se estar inserido, aquele pensamento de que tudo na natureza é "infinito" já não existe mais, atualmente o ser humano está mais consciente do que deve ser feito para se ter uma relação mais harmoniosa com o meio ambiente e extrair dele só o necessário, caso não, repor o máximo possível. Portanto, a reciclagem de resíduos têm se tornado uma área bastante estudada no que diz respeito a aplicação destes resíduos em materiais de construção. Um material típico da região de Maceió que poderia ser utilizado como substitutivo do agregado miúdo, seria a casca de sururu (Mytella Falcata), isso porque a casca de sururu tem uma rica composição em cálcio, componente presente em grande quantidade no cimento. Esta peculiaridade vislumbra que se possa utilizar este material como substitutivo para aplicação em materiais cimentícios.
METODOLOGIA:
Coleta e preparação das amostras de resíduos de casca de sururu; Antes de retirar o sururu da concha os pescadores cozinham ele um pouco para depois limpar e armazenar a parte comestível; Armazenagem, triagem, para a retirada de materiais que possam vir a prejudicar as propriedades do concreto a serem avaliadas. processo de trituração para atingir a granulometria desejada, que é a do agregado miúdo referido na NBRNM 248:2001. Dosar e moldar os corpos de prova para a analise, seguindo as normas: >>>Em todas as moldagens o valor do abatimento (slump test) foi realizado de acordo com a NBRNM 67:1996, tendo em média 9 + 1 cm. >>>A cura dos corpos-de-prova foram feitas por meio da utilização do tanque de imersão, segundo o que rege a NBR 5738:1994. >>>Os ensaios de resistência à compressão e à tração foram realizados em corpos-de-prova cilíndricos de 10cm de diâmetro da base e 20cm de altura e executados de acordo com as normas NBR 5739:1994 e NBR 7222:1994, respectivamente. >>>O ensaio de absorção de água por capilaridade também foi avaliado para as mesmas idades e foi executado de acordo com a NBR 9779:1995.
RESULTADOS:
De posse destes resultados, percebe-ser que o traço de referência para 20 MPa é sempre superior aos demais e que a longo prazo o traço com 5% de casca de sururu é o que mais se aproxima do referencial. Porém, os moldados com 10%, 15% e 20% de casca de sururu não ficaram muito distantes, podendo assim admitir que os resultados nos ensaios à compressão foram satisfatórios, pois todos eles atingiram valores superiores a 20MPa na idade de 28 dias. No ensaio à compressão dos corpos de prova de 25MPa, observa-se um resultado peculiar, o traço com 5% de casca de sururu obteve uma resistência a compressão maior que os demais aos seus 210 dias, maior até mesmo que o traço referencial (sem casca de sururu). E o molde com 15% e 20% de casca de sururu tiveram resultados inferiores em comparação aos outros, ficaram também abaixo da média esperada.
CONCLUSÃO:
Sendo assim, pode-se afirmar que quanto mais porcentagens de casca de sururu são acrescidas ao concreto menos resistente ele adquire, porém, um "menos" aceitável, visto que todos atingiram a resistência desejada, para os testes com 20MPa. A resposta para isso está na própria casca do sururu, que é um material orgânico composto de cálcio e quitina. A quitina, como os demais materiais orgânicos, com o passar do tempo se decompõe, criando assim espaços vazios dentro do concreto. Um péssimo efeito colateral pela substituição da sílica da areia. Valendo-se aqui utilizar essa substituição em pequenas quantidades para num prejudicar o concreto.
Instituição de Fomento: PSIC
Palavras-chave: CONCRETO, CASCA DE SURURU, UTILIZAÇÃO DE RESIDUO.