62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 9. Educação Permanente
FORMAÇÃO PERMANENTE DE PROFESSORES: REPERCUSSÕES NA APRENDIZAGEM DO ALUNO
Renata da Costa Lima 1
Maria da Conceição Carrilho de Aguiar 2
1. Mestranda em Educação - UFPE
2. Profª.Drª/Orientadora - Dept° de Administração Escolar - UFPE
INTRODUÇÃO:
A formação de professores, seus saberes e práticas são temas que, embora ocupem há muitos anos espaço em pesquisas educacionais, apresentam ainda problemas conceituais e práticos a serem aprofundados. Mesmo admitindo o crescente número de estudos acumulados sobre os saberes construídos na formação, esses estudos têm focalizado essas práticas deslocadas da dinâmica da escola. Em educação, a formação envolve um elemento contínuo, um processo a ser realizado por toda vida. É então que nos anos 90 são propostos novos direcionamentos em relação ao aprimoramento do professor. O conceito de formação é ampliado e esse passa a ser contínuo. Desse modo, o foco no espaço da sala de aula como objeto de nossa investigação, foi o de compreender como à formação permanente tem auxiliado na aprendizagem do aluno. A relevância deste estudo reside sobre a repercussão da formação permanente na aprendizagem do aluno. Pretendeu-se investigar as representações que os alunos têm sobre o espaço de aprendizagem: a sala de aula, quais sejam: seu interesse e motivação, o processo de ensino e aprendizagem e os métodos adotados pelo professor.
METODOLOGIA:
Participaram da referida pesquisa, vinte e quatro alunos de 6 professoras de duas escolas (escola 01 e escola 02) da Rede Municipal de Ensino do Recife. O critério de escolha destes alunos se deu pelo fato de em pesquisa anterior termos acompanhado a formação permanente que as suas professoras têm no próprio espaço da escola com a coordenadora pedagógica, por termos realizado uma entrevista semi-estruturada a respeito da formação que elas recebem e por termos observado as suas práticas de sala de aula. Assim, por já ter um conhecimento da formação que estas professoras recebem e como estas aplicam ou não em sala de aula aquilo que é discutido na formação, escolhemos quatro alunos de cada uma das 6 professoras para participarem desta pesquisa. Para a coleta de dados, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas gravadas em áudio com 24 alunos. Delineamos um caminho teórico-metodológico fundamentado numa abordagem que levasse em consideração os aspectos qualitativos. Optamos pela abordagem qualitativa, por sua diversidade, flexibilidade e possibilidade de proporcionar informação sobre como a formação que as professoras têm na própria escola está contribuindo para a aprendizagem dos alunos em sala de aula.
RESULTADOS:
Na entrevista procuramos investigar se os 24 alunos gostam e o que mais gostam na escola, na sala de aula, nas atividades e como se dá o relacionamento com a professora. Referente ao gostar da escola e da sala de aula, todos responderam que gostam. Embora, percebemos que é forte a representação da escola como apenas um espaço para estudar, em que a criança está inserida a fim de alcançar um futuro melhor ou, somente, pelo fato de aprender a ler e a escrever. É preciso deixar claro que não repudiamos tal representação, mas destacamos que a aprendizagem não se resume ao espaço da sala, ao quadro e ao aluno bem comportado. Entendemos que a aprendizagem se dá - além de outros tantos locais do cotidiano - na escola como um todo. Quanto ao gostar das atividades feitas na sala e da forma como a professora ensina, percebemos uma variação nas preferências dos alunos. Uns afirmaram gostar mais de artes, outros de português, etc., mas o que houve em comum refere-se à presença de práticas docentes mecanicistas. Já no relacionamento com a professora, os 24 alunos afirmaram que gostam dela. Isto faz lembrar que as relações interpessoais são importantes no processo de ensino e aprendizagem, pois não podemos pensar em motivação desarticulada destas relações que acontecem dentro da escola.
CONCLUSÃO:
Compreender como o processo de formação permanente tem contribuído para a aprendizagem do aluno e investigar as representações dos alunos no que se refere ao seu interesse e motivação em aprender, o processo de ensino e aprendizagem e a metodologia adotada pelo professor, foram os objetivos desta pesquisa. Podemos afirmar que ainda é muito restrita a contribuição da formação de professores para a aprendizagem do aluno e que esta formação também não tem levado os professores a uma reflexão sobre um aspecto essencial para a aprendizagem do aluno: a motivação. Assim acreditamos uma vez que, a partir das falas dos alunos, percebemos que a prática destas professoras está alicerçada na reprodução e na repetição, através de um ensino mecânico com metodologias muitas vezes baseadas na cópia, seja do quadro ou livro. Com esta pesquisa concluímos que são muitos os passos a serem dados em direção a uma prática que vise de maneira significativa a construção do conhecimento histórico.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Aprendizagem, Formação Permanente, Representação Social.