62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
IMPLICAÇÕES DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS
Lídia Dornelas Moreira 1
Jivago Alvim Lacerda 1
Lorena Letícia De Castro Souza 1
Edmar Vieira dos Santos 1
Talita Luiza Medeiros Araújo 1
Roberta Xavier Bruno 1
1. Depto. de Fisioterapia. Fac. de Minas - FAMINAS. Muriaé-MG
INTRODUÇÃO:

Um dos grandes problemas sociais do século XXI é o envelhecimento populacional, que tem gerado bruscas mudanças na sociedade. Havendo aumento da demanda por serviços de saúde e de atendimento para idosos dependentes, como as instituições de longa permanência.

Muitas famílias, em função das mudanças dos parâmetros sociais e econômicos, não conseguem manter o idoso no ambiente familiar optando pela institucionalização, sendo que a perda da capacidade funcional pode ser o principal motivo. Quanto maior o tempo de institucionalização, maior a debilidade.

A incapacidade funcional é afetada pelo estilo de vida, e seu estudo é útil para avaliar a saúde e qualidade de vida do idoso. Um método utilizado para mensuração da independência é a avaliação funcional, onde se determina a capacidade de realizar atividades de vida diária. 

A capacidade funcional pode ser avaliada com enfoque nas atividades instrumentais da vida diária (AIVD's). Que são habilidades para administrar o ambiente, sendo indicativas da capacidade para levar uma vida independente. O presente estudo tem por objetivo avaliar a capacidade funcional para AIVD em um grupo de idosos institucionalizados.

METODOLOGIA:

Em outubro de 2009, em Muriaé - MG, foi realizado um estudo quantitativo transversal em idosos residentes em 2 asilos (asilo A e asilo B).  A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da Faculdade (FAMINAS-MG), e  autorizada pela administração de ambos asilos, mediante ao termo de Consentimento conforme a norma 196/96 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

Os asilos pesquisados têm um número total de internos igual a 100, sendo 62 idosos no asilo A e 38 no asilo B. As AIVD's foram mensuradas através da aplicação da Escala de Lawton (1969) aos idosos de ambos os sexos, residentes em um dos asilos avaliados, que se dispuseram a participar da pesquisa. Foram investigadas sete atividades instrumentais (usar o telefone, utilizar meio de transporte, fazer compras, preparar a própria refeição, arrumar casa, tomar medicamentos e cuidar do dinheiro). A avaliação do desempenho das atividades relacionadas se dá através de três possibilidades: dependência completa, dependência parcial e independência, para as quais são atribuídos respectivamente 1, 2 e 3 pontos, o escore nesta escala varia entre 7 a 21 pontos. Investigou-se a capacidade dos entrevistados de executar as funções avaliadas, desconsiderando que muitas delas são realizadas por funcionários dos asilos.

RESULTADOS:

A amostra foi composta por 42 idosos (18 do asilo B, e 24 do asilo A) com idade média de 76,8 anos; sendo formada majoritariamente por mulheres (69,4%).

Os maiores índices de dependência foram observados ao se avaliar o manuseio de dinheiro (42,85%), o uso do telefone (35,71%), a realização de tarefas domésticas (33,33%) e compras (30,95%). A maioria dos idosos é independente quanto ao uso do telefone (40,47%) e dos meios de transporte (45,23%), a realização de compras (42,85%) e o manuseio de dinheiro (45,23%). E ainda, quantidade significativa da amostra diz ser independente para preparar refeições (52,38%) e manusear a medicação (40,47%), atividades realizadas por funcionários da instituição. Quanto à dependência parcial para realização das AIVD's os maiores valores encontrados foram na utilização do meio de transporte (35,71%), realização de tarefas domésticas (38,09%), preparo de refeições (35,71%) e manuseio de medicações (40,47%).

De forma geral, uma grande maioria dos idosos avaliados (90%) tem dependência parcial para a realização das AIVD's, sendo que apenas 5% da amostra podem ser consideradas independentes, e os demais 5% classificam-se como dependentes.

CONCLUSÃO:

O estudo demonstrou um alto índice de idosos com dependência parcial nas atividades instrumentais de vida diária nos asilos avaliados. Ao mesmo tempo em que o índice de independência também foi alto na maioria das AIVD's avaliadas de forma individual. Tendo-se em vista que idosos institucionalizados comumente não realizam tais atividades, torna-se necessário o desenvolvimento de ações que contribuam no processo de manutenção da capacidade funcional, atuando de forma curativa e preventiva.

Entende-se também, a importante necessidade de dar continuidade e aprofundamento em pesquisas com avaliações que abranjam o idoso em todas as dimensões, dando subsídios para a intervenção e adoção de medidas que melhorem a qualidade de vida desses indivíduos.

Palavras-chave: Idosos, Institucionalização, Capacidade Funcional.