62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
NÚMERO IDEAL DE REPETIÇÕES EM BIOENSAIOS DE RESISTÊNCIA DO MILHO
Marina de Lyra Soriano 1
José Wilson da Silva 1
Samuel de Souza França 1
Lucas da Silva Santos 1
Ronaldo Berbardino dos Santos 1
Paulo Vanderlei Ferreira 1
1. Centro de Ciências Agrárias / CECA-UFAL
INTRODUÇÃO:

No planejamento de experimentos é necessário definir adequadamente o número de repetições. Desta forma, visando aumentar a eficiência, mediante a redução do erro experimental e melhorando as condições para testar as hipóteses formuladas, uma das opções para melhoria da precisão das estimativas é o aumento do número de repetições. A determinação do número de repetições é uma questão prática e pertinente ao planejamento experimental, e sua caracterização de forma correta permite a obtenção de maior precisão nos resultados. O uso do número de repetições adequado é crucial para os diferentes experimentos, pois, independente do objetivo, o que se quer, é obter os dados mais precisos. Por essas razões, o objetivo do presente trabalho foi determinar o número ideal de lagartas para avaliação de parâmetros biológicos da lagarta do cartucho.

 

 

 

 

METODOLOGIA:

Os bioensaios foram realizados no Laboratório de Resistência de Plantas da UFAL. Foram avaliados 15 genótipos selecionados para resistência, utilizando-se nota de dano foliar. As condições do laboratório foram: 16 horas de fotoperíodo e temperatura média de 28 °C. Os insetos utilizados foram obtidos da criação-estoque. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com 25 repetições. Cada repetição se constituiu de uma lagarta individualizada em copos de 50 ml. As lagartas foram alimentadas diariamente com quatro a cinco folhas extraídas da região do cartucho das plantas no estádio V8. Ao final de 10 dias, elas foram avaliadas quanto à largura da cápsula cefálica, comprimento e biomassa. Foi feita análise estatística dos dados considerando 15 repetições por tratamento. Utilizando-se Bootstrap para estimar o tamanho da amostra. Neste método, foram retiradas sub-amostras para determinação do tamanho da amostra. Iniciou-se com sub-amostras de 5 lagartas. O aumento do tamanho das sub-amostras, em cada teste, foi de uma lagarta. O número foi sucessivamente aumentando até se atingir o total da amostra retirada. Para cada tamanho de sub-amostra foram feitas 1.000 simulações com reposição. Em cada sub-amostra foram estimadas a média, variância e o CV (%).

RESULTADOS:

O número de repetições estimado pelo método Bootstrap apresentou pequena variação em relação ao aumento do número de lagartas, pois o número ideal concentrou-se entre 8 e 10 lagartas. Para os três parâmetros avaliados, o valor do CV tendeu a decrescer, com o aumento do número de repetições. Os decréscimos parecem ter sido menor para a cápsula cefálica e comprimento. Com relação à biomassa nota-se que houve uma variação acentuada com o aumento do número de repetições. Esta variação foi ocasionada pela existência de valores discrepantes, devido ao real efeito da cultivar sobre a biologia do inseto, ou então pela tomada de dado em si, que pode levar a um maior erro devido à forma que é feita, pois as lagartas são mortas e conservadas em álcool passando por uma leve secagem antes de serem pesada. Verificou-se a estabilização das estimativas da variância para a cápsula cefálica e comprimento a partir de 8 lagartas. A distribuição da biomassa foi influenciada por valores extremos, podendo ter sido ocasionado pelo aumento da inclusão de valores extremos ou discrepantes. Pela metodologia do Bootstrap quanto maior o número de repetições maior é a chance de se amostrar os valores extremos o que irá influenciar a média, desvio padrão e o CV.

CONCLUSÃO:

Na avaliação de bioensaios de resistência em milho recomenda-se 10 lagartas para avalição.

Instituição de Fomento: UFAL
Palavras-chave: Método Bootstrap, Bioensaios, Repetições.