62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
UMA PROPOSTA DE JOGO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE DROGAS NA ESCOLA
Carla Vargas Pedroso 1
Altair da Silva Inácio 1
Maria Cecília Gonçalves Galvão 1
Marinice Martins Reis 1
Mary Angela Leivas Amorim 1
1. Universidade Federal de Santa Maria/UFSM
INTRODUÇÃO:
No estágio atual da Educação Básica, a aula expositiva é a modalidade didática mais tradicional no Ensino de Ciências. Na tentativa de reverter este quadro, uma alternativa apontada na área de educação em ciências vem sendo o uso de atividades lúdicas, especialmente, o jogo didático (JD). Este recurso, mediante o uso do aspecto lúdico, oferece o estímulo e o ambiente propícios, para o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos. Além disso, permite a formação de qualidades socializadoras, afetivas, atitudinais e facilitadoras da aprendizagem significativa de conhecimentos específicos. Nesse sentido, o presente artigo, no âmbito do projeto Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/UFSM/CAPES), tem por objetivo relatar a elaboração e implementação de uma proposta de JD, estruturado para abordar o tema drogas. Esta proposta teve uma duração de duas horas-aula e, foi realizada em uma turma de sétima série, composta por 37 alunos, do ensino fundamental, de uma escola pública da localidade de Santa Maria (RS, Brasil). O objetivo desta aula foi estabelecer o que é droga, reconhecer a existência de drogas licitas e ilícitas e, distinguir drogas estimulantes, depressoras e alucinógenas.
METODOLOGIA:
Inicialmente, os alunos dividiram-se em três grupos, sendo que dois eram coordenados por acadêmicos e um pela professora regente. Cada grupo era subdividido em dois, de modo que, ficasse cerca de quatro a cinco alunos, em cada subgrupo. O JD foi estruturado segundo as regras do "Passa ou Repassa" e, consiste em: cada subgrupo retirava uma pergunta de uma caixa e, lia e dizia "Respondo ou Passo", caso passasse a pergunta, o outro grupo deveria dizer, "Respondo ou Repasso". Ao retornar a pergunta ao grupo inicial, este deveria respondê-la. Caso não soubesse a resposta ou respondesse errado, o grupo não ganhava pontos. Cada grupo tinha um aluno "juiz", que conferia a resposta em um cartão, e anotava os pontos em uma cartela. Para trabalhar com toda turma, elaboramos três exemplares do JD. Cada exemplar continha quarenta perguntas sobre drogas, um cartão com as respostas e uma cartela para anotação dos pontos marcados pelos subgrupos. As questões eram variadas, compreendendo perguntas diretas, de alternativas, de completar e O que é? O que é? Todo o JD foi elaborado com material de baixo custo: imprimimos as respostas e tabelas em folhas de ofício, colamos o material em caixas de leite e, por fim, enrolamos em papel contact transparente, para proporcionar maior durabilidade.
RESULTADOS:
Após a realização do JD, realizamos uma discussão sobre o tema baseada no que os alunos aprenderam e também nas dúvidas que surgiram diante das argumentações apresentadas pelos mesmos, ao responderem as questões do JD. Os alunos demonstraram ter pré-conhecimentos sobre drogas apresentadas na mídia, especialmente o crack, devido à campanha publicitária da RBSTV. Além disso, percebemos que eles possuíam uma noção de que remédios também eram drogas e, que as dúvidas eram sobre curiosidades, como por exemplo: A coca-cola faz mal? Ela desmancha os ossos? Quanto devemos tomar de café pra fazer mal? Como funciona um anabolizante? Qual a diferença entre energético e anabolizante? As vitaminas também são drogas? Ao final da discussão, entregamos aos alunos uma folha com um resumo do conteúdo trabalhado, mediante o JD. Também, aplicamos uma avaliação, na qual os alunos julgavam as aulas realizadas pela equipe do projeto. Os vinte alunos, que responderam a avaliação, gostaram da proposta executada. Na avaliação, também pedimos que eles atribuíssem uma nota as aulas e, desta forma, obtivemos uma média de 9,74 entre as respostas. De modo geral, os alunos apontaram gostar das explicações, da relação professor-aluno e "das aulas que foram criativas, com uso de recursos diferentes".
CONCLUSÃO:
Após a aula com JD e discussão, pedimos que os alunos elaborassem um mapa conceitual com palavras, que fornecemos e que trabalhamos durante as aulas. Constatamos com a aplicação do mapa, que os alunos, que já apresentavam um conhecimento sobre o tema, antes da aplicação do JD, não apresentaram dificuldades em organizar o material e, os demais alunos souberam relacionar, significativamente, as palavras. Cabe ressaltar também que, o planejamento do JD foi uma etapa complexa, pois os acadêmicos tinham pouco tempo para produzir as aulas e os materiais a serem utilizados, além de pensar nas questões para o JD. Entretanto, como houve um contato prévio com a turma, no qual perguntamos o que eles entendiam por droga e sabiam a respeito, e a turma era participativa, conseguimos adequar a proposta do JD aos interesses e curiosidades dos alunos.
Instituição de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Palavras-chave: Ensino fundamental, Estratégia de ensino, Jogo didático.