No Brasil já foram criados diversos parques com o objetivo de preservar suas biodiversidades naturais, entretanto, muitos ainda não implantaram seus planos de manejo para a aplicação de técnicas de proteção e preservação. A  exemplo do Parque Nacional do Catimbau, localizado nos municípios pernambucanos de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim - Unidade de Proteção Integral - com 62.300 ha, criado por lei federal (Decreto Lei 913/12) de dezembro de 2002, tendo como objetivo a preservação do ecossistema natural existente no bioma da Caatinga, para possibilitar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e turismo ecológico. Devido à falta de atuação dos órgãos da competência, existe ali um desmando onde moradores que ainda ocupam aquele espaço promovem desmatamento ilegal de certas espécies vegetais que servem de suporte para a proteção dos solos, e que assim, por sua vez desencadeia processos erosivos prejudiciais à manutenção dos sítios arqueológicos existentes como também dos monumentos naturais - formas residuais de relevo - que os abrigam. Investigações foram feitas no local para identificar os danos causados ao meio ambiente justificando assim o manifesto deste estudo de caso.  

Para elaboração do estudo desenvolvido foi realizada uma pesquisa de gabinete a cerca de informações provenientes na tese de doutorado (Pordeus, 2008), do Projeto Técnico de criação do parque e fotos dos sítios arqueológicos e formas residuais do relevo local, sobretudo visando conhecer bem os aspectos físicos e naturais da área. Após o levantamento bibliográfico e de comparações em imagens cronológicas, foi realizada uma visita a campo para observação in loco da situação atual em que se encontra o parque. Assim foi possível perceber que nas áreas de riscos naturais e antrópicos do parque, apresentavam desmatamentos recentes, capazes de desencadear forte ação erosiva. Em função da dimensão da área do parque e da variedade de seus monumentos, durante a pesquisa focalizou-se a atenção no monumento denominado "Pedra do Cachorro", tido como cartão postal do parque no qual apresentou um dos locais de maiores desmatamentos, nele foi observado que a vegetação de caatinga em seu entorno, que lhe servia de proteção, estava sendo removida para comercialização ilegal em forma de lenha. Para tanto, se fez observações durante a estação seca e chuvosa com a finalidade de perceber o comportamento edáfico da área em questão.  

O Parque Nacional do Catimbau abriga diversos sítios arqueológicos, vestígio de passagem humana há mais de dois mil anos, o que vem despertando grandes preocupações visto que a degradação ambiental que ali está  ocorrendo poderá colocar em risco não só a modificação da paisagem como também os estudos que comprovam a história arqueológica do local. O monumento "Pedra do Cachorro" foi esculpido naturalmente em rocha arenítica e a vegetação entorno de sua base constitui uma proteção à erosão, pois mesmo durante a estação seca a vegetação permanece com toda sua vitalidade devido ao poder de armazenamento d'água que possui a rocha arenítica, impedindo o desgaste pela ação dos ventos. Uma vez retirada esta vegetação, a ação eólica tende a desgastá-la, considerando que os ventos arrastam as maiores partículas de sedimentos, quase sempre próxima ao solo, o que fará acelerar o processo de corrasão em sua base, consequentemente, durante o período das chuvas poderá surgir ravinamentos nas encostas, agravando mais ainda os riscos da erosão areolar.

Para o manejo adequado dos parques observou-se que se faz necessário um maior controle local, bem como o uso de técnicas modernas e de profissionais especializados para um controle eficiente, tais como o uso de monitoramento via satélite, e treinamentos para os trabalhadores em questão. Porém, tais implementações tornam-se difíceis devido ao descaso das autoridades locais e responsáveis pela manutenção do parque, durante a visita a campo foram constatados crimes ambientais onde a madeira da caatinga estava sendo extraída em larga escala para comercialização sem haver nenhuma fiscalização. Desta forma, faz-se necessário na conclusão do trabalho, chamar atenção para que as leis que fundamentam as leis de proteção do parque sejam cumpridas. Os problemas do desmatamento local desencadeiam preocupações diversas apontadas neste trabalho, tais como as questões erosivas destacadas, a retirada da mata nativa, mudanças nos horizontes dos solos, além da alteração das diversas espécies da fauna e flora encontradas em seu bioma. Neste caso, se nenhuma providencia for tomada, estes monumentos do patrimônio pernambucano e seu meio ambiente de uma maneira geral, poderá sofrer danos irreparáveis.