62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
Prevalência de dengue no Estado do Maranhão no período de 2004 a 2008.
Rayanne Luiza Tajra Mualem Araújo 1
André Luis Braga Costa 1
Marina Apolônio de Barros 1
Ricardo Clayton Silva Jansen 1
Erika Bárbara Abreu Fonseca Thomaz 2
1. Departamento de Enfermagem - Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
2. Departamento de Saúde Pública - Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
INTRODUÇÃO:

Mais de 2,5 bilhões de pessoas estão expostas ao risco de contrair dengue nas áreas urbanas, periurbanas e rurais dos trópicos e subtrópicos. O Brasil, segundo o departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, é o 13º país com maior incidência da doença no mundo, podendo estar associada ao desequilíbrio ambiental. O Brasil desmatou, no período de 2000 a 2005, cerca de 74% da área desmatada na América do Sul. Isso significa que, dos 42 mil quilômetros quadrados devastados por ano em toda a região sul-americana, pelo menos 31 mil estão localizados em terras brasileiras. O país registrou aumento no índice de desmatamento de 0,5% (período de 1990 a 2000) para 0,6% (período de 2000 a 2005). Ou seja, no segundo período o Brasil perdeu mais de três milhões de hectares de florestas. No ano de 2000, apontou-se que o desmatamento na Amazônia já atingia 13% da sua cobertura original. Sabe-se que o oeste do Maranhão pertence à Amazônia Legal e também enfrenta problemas ambientais. O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil epidemiológico de casos de dengue ocorridos no estado do Maranhão no período de janeiro de 2004 a julho de 2008.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo observacional do tipo ecológico. A coleta de dados realizou-se na Vigilância Epidemiológica do Estado do Maranhão, a partir dos casos notificados da doença, sendo complementada com pesquisas realizadas nos sites do Ministério da Saúde e da Biblioteca Virtual da Saúde. As variáveis sexo, estação do ano, cor da pele e forma clínica foram coletadas. Efetuou-se analise descritiva dos dados, comparando as taxas de cada ano em relação às variáveis já citadas.

RESULTADOS:

Observou-se uma oscilação no número de casos do dengue no Maranhão (44076), sendo que em 2004, registrou-se menor incidência (7,54%) e em 2007, maior incidência (35,87%). A forma clínica que mais atingiu a população nesse período foi o dengue clássico (52,79%). Observou-se o maior número de casos no período chuvoso, que corresponde ao 1ª semestre (n=35189; 79,83%), podendo ser relacionado ao ciclo de reprodução do mosquito, pois a época chuvosa é a mais propícia para a eclosão dos ovos. Durante os cinco anos não houve diferenças em relação ao sexo e houve predomínio dos casos nos indivíduos de cor parda (59,41%), que representam a grande maioria da população do Estado. Devido à grande miscigenação dessa população e ao critério auto-referido adotado na classificação da cor, portanto suscetível a influências culturais e subjetividade, torna-se difícil discutir as prováveis razões das diferenças na incidência em relação à cor.

CONCLUSÃO:

Conclui-se que a incidência de dengue no Estado é alta, que está associada ao período chuvoso e é mais prevalente em indivíduos pardos. Recomenda-se a adoção de estratégias de educação em saúde, controle de vetores e preservação ambiental objetivando a redução do agravo.

Palavras-chave: Dengue, Desmatamento, Maranhão.