62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ANÁLISE DOS SINTOMAS OSTEO-MUSCULARES EM CONFECCIONISTAS NO MUNICÍPIO DE MURIAÉ-MG.
Eudson Pinheiro Emerich 1
Osmar Francisco Fernandes de Castro 1
Laís Schettine da Silva 1
Thaís Rodrigues de Souza 1
Andressa de souza Silva Teixeira 1
Diego Scalla Gonçalves Dutra 1
1. Faculdade de Minas- FAMINAS
INTRODUÇÃO:
As desordens do sistema osteomuscular tem sido um grande problema de Saúde Ocupacional no que se refere ao obsenteísmo nos últimos anos. A incidência de indivíduos diagnosticados com Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) no Brasil se assemelha aos países industrializados, sendo estes distúrbios responsáveis por quase 90% dos afastamentos do trabalho. Como resultado o surgimento desses problemas podem levam a diferentes graus de incapacidade funcional, sendo que, na maioria dos casos, a dor é de Curta duração e de gravidade insuficiente para justificar uma consulta médica. Para enfrentar este problema, inúmeros estudiosos sugerem a ergonomia como estratégia fundamental para a melhoria da saúde do trabalhador, com o fisioterapeuta atuando na identificação, prevenção e correção de tais desordens. Diante ao exposto, o presente estudo teve como objetivo analisar a ocorrência de sintomas osteomusculares em confeccionistas.

 

METODOLOGIA:
Participaram deste estudo 35 profissionais atuantes em uma confecção de roupas no município de Muriaé/MG, sendo 33 (94,2%) do sexo feminino e 2 (5,8%) do sexo masculino, com idades variando entre 18 e 45 anos (média ± 28), mediante a autorização da empresa. A pesquisa foi aprovada previamente pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Minas - FAMINAS. Para coleta de dados foi elaborado um questionário para caracterização do perfil do trabalhador com as variáveis: sexo, idade, tempo de trabalho, horas diárias e horas extras; e o questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares, composto por 32 questões referentes à dor ou desconforto físico juntamente com um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido contendo todas as informações pertinentes à pesquisa, onde os entrevistados autorizaram sua participação.

 

RESULTADOS:
Quanto ao tempo de atuação à média foi de ± 2 anos, com carga de 40 horas semanais sendo que 94,2 dos participantes realizam horas extras. A posição mais adotada durante o período de trabalho é a ortostática com prevalência de 88,5%. A adoção e repetitividade de posturas inadequadas somadas aos esforços excessivos são fatores essenciais para o desenvolvimento de DORT. No que se refere à ocorrência anual e semanal de sintomas osteomusculares 85,7% apresentaram sintomas nos últimos doze meses, e 71,4% nos últimos sete dias. A literatura afirma que os sintomas poderão surgir tanto no início quanto no decorrer de longos anos de atuação. Nos últimos doze meses, os sintomas apresentaram-se em maior quantidade nas regiões da coluna 54,2%, tornozelos e pés 54,2% e pescoço 37,1%. Os sintomas incapacitantes são referidos nas regiões da coluna 31,4%, tornozelos e pés 25,7% e ombros 22,8%. Os resultados condizem com a literatura no que diz respeito à sintomatologia, que na maioria das vezes é referida predominantemente nessas regiões. Segundo os entrevistados, a consulta a um profissional da saúde nos últimos doze meses é motivada por dores localizadas na coluna 40,0%, ombros 11,4% e tornozelos e pés 11,4%.

 

CONCLUSÃO:
Os resultados obtidos na pesquisa mostram que a ocorrência de sintomas osteomusculares é freqüente e generalizada, sendo que estes sintomas são referidos mais previamente na coluna, tornozelos e pés. Além disso, foi possível observar que as dores relatadas têm caráter incapacitante e levam a procura por ajuda profissional. Quanto aos fatores desencadeantes, observa-se que a adoção e permanência por longos períodos na posição ortostática, a repetição e o excesso de trabalho originado pelo aumento das cargas horárias durante o período de horas extras estão explicitamente presentes na atividade laboral dos entrevistados. Tais informações apontam a necessidade de elaboração de um programa de controle e prevenção das desordens osteomusculares, voltado especificamente para os confeccionistas a fim de melhorar a qualidade de vida destes profissionais.

 

Palavras-chave: Algias, DORT, Confeccionistas.