O coentro é uma hortaliça amplamente consumida no Brasil e, apesar de ser considerada uma "cultura de quintal", grande número de produtores está envolvido com sua exploração, tornando-a consequentemente uma cultura de grande importância socioeconômica. As sementes de coentro têm grande valor e importância comercial. As sementes são insumos básicos na moderna produção agrícola e constituem o fator isolado, que ao mais baixo custo, promove os maiores ganhos de produção por área. A função primária da semente é assegurar o desenvolvimento de uma plântula normal e, finalmente, garantir o sucesso do estabelecimento do estande. Problemas relacionados ao baixo vigor de sementes e ao estabelecimento da cultura, além da presença de doenças são uma constante nesta espécie. O desempenho das sementes comercializadas é muito importante para a obtenção de um estande desejável bem como colheita de plantas mais uniforme. Embora seja espécie de clima tropical, a germinação pode ser reduzida sob temperatura desfavorável, com conseqüências negativas para o estabelecimento da cultura em campo (Nascimento, 2000). Este trabalho teve por finalidade avaliar a qualidade fisiológica de sementes de coentro obtidas em diferentes pontos de vendas.

O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes e em telado do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais/UNEB, Juazeiro-BA. Os tratamentos consistiram: T1) sementes da cv. Verdão; T2) sementes obtidas em feira livre e T3) sementes de produtor individual. As sementes foram avaliadas através dos testes: germinação, oito repetições de 50 sementes/tratamento, distribuídas em caixas tipo gerbox com papel mata-borrão umedecido com água destilada, equivalente a 2,5 vezes o peso do papel e colocadas para germinar a 25°C e leituras realizadas aos sete e 21 dias após a semeadura; velocidade de germinação, calculada de acordo com a fórmula citada por Edmond & Drapala (1958); emergência, oito repetições de 50 sementes/tratamento, distribuídas em bandejas multicelulares de poliestireno expandido, com substrato comercial (Plantmax®), em telado com sombreamento de 50%; primeira contagem, leitura feita no sétimo dia após a semeadura; peso de 100 sementes, com três repetições/tratamento; pureza, 40g/tratamento, separando os diferentes componentes e a porcentagem de sementes partidas; condutividade elétrica, usando quatro amostras de 50 sementes/tratamento, imersas em 75 ml de água destilada, mantidas durante 24h no germinador a 25°C e em seguida feita a leitura em condutivímetro.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado e os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Todos os tratamentos apresentaram germinação acima do padrão nacional para comercialização de sementes (PG = 60%), (MAPA, 1986). O lote da cv. Verdão apresentou diferença estatística significativa entre os demais lotes, indicando menores valores para germinação, emergência e primeira contagem. Para velocidade de germinação o lote de sementes representado por T1, registrou o maior número de dias, 7,05, estatisticamente diferente dos demais que foi de 5,52 e 5,17 para T2 e T3 respectivamente. No teste de pureza o lote representado por T2, obteve menor porcentagem (98,47%), porém atendeu ao padrão nacional de comercialização (Pu = 95%), (MAPA, 1986). Isso se deveu a maior porcentagem de sementes partidas (aquênios), indicando uma baixa qualidade das sementes. Os valores para o teste de condutividade elétrica foram estatisticamente diferentes, indicando o lote de sementes representado por T2, como o de menor qualidade, 79,0µS/cm^-1g^-1, nessa análise. As sementes mais pesadas foram as do lote T1.

Os testes empregados nas condições do experimento permitiram separar os três lotes de semente quanto a sua qualidade fisiológica.