Profa. Dra. A Educação Ambiental é o processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, procura trabalhar a mudança cultural, a transformação social, a crise ambiental como uma questão ética e política. (MOUSINHO, 2003)

O Maranhão, ao longo dos últimos anos, com as perdas consideráveis em seus recursos hídricos tem despertado debates entre pesquisadores, comunidades e representantes de órgãos, visando a definir estratégicas para minimizar a degradação desses ecossistemas. Rios como o Mearim e Pindaré, antes piscosos e caudalosos, são hoje, praticamente, estéreis. O uso multifuncional dos rios implica em manejo cuidadoso a ser realizado de maneira sustentável e satisfatória a todos os interessados (HOUSE, 1999). A atuação deste projeto visou a ação da Educação Não Formal que abrange a aprendizagem que ocorre no processo de participação social e em ações coletivas. O rio Pindaré coleta as contribuições de afluentes provindos das serras do Gurupi e Tiracambu, e nasce a leste de Montes Altos (IBGE, 1997). Desse modo, o trabalho tem como objetivo principal propor soluções e estratégias para o uso sustentável dos recursos naturais, discutindo junto à comunidade local iniciativas voltadas à proteção ambiental.

O presente trabalho foi realizado em dois municípios do maranhão. O primeiro município visitado foi a cidade de Tufilândia, que se localiza na parte Oeste do Estado do Maranhão e participa da Amazônia Legal. Possui coordenadas de 45º33'14,40" longitude e 3º43'44,40" latitude. O segundo município visitado foi a cidade de Pindaré-Mirim, que se localiza na mesorregião oeste maranhense e possui coordenadas de -03° 36' 30'' latitude e 45° 20' 36'' longitude (IBGE, 2007). Para elaboração das atividades desenvolvidas nos municípios, durante os períodos de dezembro, janeiro e fevereiro de 2010, utilizou-se as informações observadas na caracterização da área, entrevistas informais, palestras, e a concepção de trabalhos já desenvolvidos. Em Tufilândia foram aplicados 13 questionários na escola municipal Dom Pedro II, a qual foi realizada a palestra de Educação Ambiental. Já no município de Pindaré-Mirim visitou-se a comunidade ribeirinha, observando a caracterização da área e aplicando um total de 17 questionários. A conversa com as pessoas foi o principal instrumento para se fazer educação ambiental em Pindaré. Para o melhor entendimento da comunidade, o questionário apresentou perguntas que levaram a compreensão dos aspectos socioeconômicos e a percepção ambiental da população.

A observação direta das áreas foi de fundamental importância por proporcionar os primeiros registros ambientais, sociais, econômicos e políticos dos municípios. Os contatos com a comunidade através de entrevistas informais causaram maior familiarização com eles e a área de estudo. Os moradores utilizam o rio Pindaré para múltiplas finalidades, como o consumo doméstico, a pesca como fonte econômica, a agricultura de subsistência tendo o cultivo de arroz como principal produto, o lazer, os festivais e até mesmo como ponto turístico. Mas algumas finalidades têm causado sérios problemas de erosão nas margens do rio.

Em relação ao sexo dos entrevistados em Tufilândia, a maioria foram homens pescadores, e em Pindaré a maioria foram mulheres donas de casa. No município de Pindaré-Mirim verificou-se uma população com baixa renda, com domicílios de pouca infra-estrutura, e sem coleta de lixo. Nas entrevistas dos dois municípios percebeu-se que o destino do lixo da comunidade está sendo queimado, enterrado ou jogado em terreno baldio. Um fato a ser questionado é a falta de movimentos sociais e ambientais nos municípios, o que torna escasso o conhecimento ambiental pela sociedade.

A população possui baixo desenvolvimento sócio-econômico local, com suas atividades essencialmente domésticas ou voltadas para a subsistência. As respostas ao questionário e os depoimentos evidenciaram que muitos têm entendimento do impacto das atividades sobre o ambiente. No entanto, a percepção da comunidade não tem sido todavia suficiente para gerar mudanças de comportamento visando o aproveitamento das potencialidades da bacia bem como sua conservação.

Analisando os resultados obtidos, percebe-se a grande importância da Educação Ambiental em comunidades ribeirinhas, buscando o desenvolvimento de atividades educacionais que despertem uma consciência crítica da população.