62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
HÁBITO ALIMENTAR E AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ASSISTIDAS PELO GACC - NATAL/RN
Ediane Deijaly dos Santos 1
Raphaela Macedo Silva 1
Rose Mary Alves Ribeiro 1
Lânia Kheyt Fernandes da Costa 2
Kétsia Bezerra Medeiros 1, 3
Vanessa Teixeira de Lima Oliveira 1, 3
1. Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte - FARN
2. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
3. Profa./Orientadora
INTRODUÇÃO:
O Câncer Infantil é uma das doenças que mais acomete crianças ao redor do mundo, em razão de sua natureza e múltiplas formas. Atualmente, os métodos de detecção, tratamento e reabilitação estão alcançando avanços importantes, considerando-se o aumento na incidência de algumas neoplasias infantis. As crianças portadoras de câncer geralmente apresentam inapetência que pode levar a desnutrição protéico-calórica, o que pode vir a interferir na sobrevivência e prognóstico, bem como nas respostas imunológicas e terapêuticas. O conhecimento do estado nutricional, hábitos e costumes alimentares destas crianças são extremamente relevantes, uma vez que, a partir deste, é possível uma intervenção nutricional capaz de amenizar os possíveis efeitos colaterais do tratamento. Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo diagnosticar o estado nutricional através do novo índice antropométrico padronizado pela OMS e conhecer as principais preferências e aversões alimentares relatadas por crianças em tratamento antineoplásico.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi do tipo exploratória, quantitativa descritiva, e a população composta pelas crianças assistidas pelo GACC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer) localizado em Natal, RN. A amostra foi do tipo aleatória, compreendida por cinqüenta e duas crianças, de ambos os gêneros. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado uma ficha de Avaliação Nutricional, para investigação sobre os hábitos alimentares e estado nutricional antropométrico. Para antropometria foi utilizado o índice de massa corporal por idade (IMC/I), padronizado pela OMS (2006/2007) específico por faixa etária. Os dados obtidos foram analisados e traduzidos em gráficos, através do software Excel 2003. O projeto segue a recomendação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP, expressa na Resolução 196/96 (Conselho Nacional de Saúde). Os indivíduos (pais e responsáveis) que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual foi assegurada sua participação voluntária e anonimato, quando da publicação dos resultados.
RESULTADOS:
Quanto à avaliação dos hábitos alimentares, observou-se que os alimentos preferidos foram: massas em geral, doces, carne vermelha, frutas, leite e derivados. Os alimentos menos citados para o consumo foram: hortaliças, feijões e carnes brancas. Quanto ao perfil antropométrico foi observado que a maior parte das crianças de 0 a 5 anos apresentou eutrofia (62%), seguido de 23% de magreza e 15% de sobrepeso. Com relação à faixa etária de 5 a 10 anos, o IMC/I classificou 57% das crianças em eutrofia, 37% em sobrepeso e 11% em magreza. No que diz respeito ao grupo dos adolescentes foi observado que 75% classificaram-se em eutrofia, 15% em sobrepeso, 5% em magreza e 5% em obesidade. Tais resultados podem ser explicados pelo tipo e duração do tratamento, bem como pela presença de uma nutricionista na instituição em que estas crianças passam a maior parte do tempo. As preferências alimentares citadas também contribuem para o bom estado nutricional de parte da amostra.
CONCLUSÃO:
O presente trabalho verificou que a maioria das crianças avaliadas apresentava um estado nutricional adequado à faixa etária, a despeito de estarem acometidas por uma neoplasia maligna. O conhecimento dos hábitos e preferências alimentares destes sujeitos, para o estabelecimento de uma terapia nutricional pode diminuir os efeitos colaterais do tratamento, promovendo uma melhora no estado nutricional para a totalidade da amostra, que de todo modo apresenta-se vulnerável não apenas às mudanças metabólicas causadas pela doença, como também àquelas associadas ao crescimento e desenvolvimento.
Instituição de Fomento: Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte - FARN
Palavras-chave: Crianças, Estado nutricional, Tratamento antineoplásico.