62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
TEORES DE PIGMENTOS FOTOSSINTÉTICOS EM QUATRO VARIEDADES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)  
Laís Fernanda Melo Pereira 1
Jonhclecio Duarte Teixeira 1
Valtair Verissimo 1
Sihélio Julio Silva Cruz 1
Pedro Bento da Silva 1
Vilma Marques Ferreira 1
1. Centro de Ciências Agrárias-CECA, Univ. Federal de Alagoas-UFAL
INTRODUÇÃO:

Cultura brasileira e reconhecidamente rústica, a mandioca adapta-se as mais diferentes condições edafoclimáticas, sendo muitas vezes, cultivadas em áreas consideradas marginais para a maioria dos outros cultivos. Entretanto, exige luz em abundância para realizar eficientemente a fotossíntese. A energia da luz solar é primeiramente absorvida pelos pigmentos da planta.

Dentre os fatores ligados à eficiência fotossintética das plantas, o conteúdo de pigmentos fotossintéticos é de suma importância, especialmente a clorofila a e clorofila b, pois são responsáveis pela captura da energia luminosa para a conversão em energia química. Já os carotenóides, constituem um grupo de pigmentos assessórios que desempenham um papel essencial na fotoproteção, pois constituem integralmente as membranas dos tilacóides dos cloroplastos. Além da concentração total desses pigmentos, a proporção entre eles e entre as clorofilas a e b muda em função da intensidade luminosa.

O objetivo desse trabalho foi quantificar os teores de pigmentos em variedades de mandioca em ambiente controlado, em condição ideal de disponibilidade de água no solo (100% da capacidade de campo).

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no Centro de Ciências Agrárias da UFAL (Maceió-AL), utilizando-se quatro variedades de mandioca de interesse econômico (Rosinha, Dona Diva, Cariri e Campinas), obtidas no município de Arapiraca através da Embrapa Tabuleiros Costeiros. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com cinco repetições. As manivas foram plantadas em vaso de 20 L no dia 10 de dezembro de 2009 e mantidas em condições de 100% da capacidade de campo. Aos 56 dias do plantio, coletou-se as amostras de folhas do terço superior (3 e 4ª folhas expandidas) para quantificação de pigmentos fotossintéticos, que foram congeladas em nitrogênio líquido e, posteriormente, pesado cerca de 50 mg de cada amostra as quais foram colocadas para extração em tubos de ensaio rosqueáveis contendo 5 mL de acetona 80%, e mantidos no escuro por 72h com agitação diárias dos tubos. Os teores dos pigmentos foram quantificados com espectrofotômetro através da obtenção das leituras nos seguintes comprimentos de onda: 480, 645, 663 e 710. Os resultados das concentrações foram obtidos através de aplicações de fórmulas, descritas por Arnon (1949). Analisaram-se as seguintes variáveis: teores de clorofila a, b, total e carotenóides, bem como a relação clorofila a/b. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Tukey (P<0,05).

RESULTADOS:

Verificou-se que houve diferenças altamente significativas (P<0,01) entre as variedades para todas as variáveis analisadas. Em média, foram encontrados 2,91 mg g-1 MF de clorofila a e 1,25 mg g-1 MF de clorofila b, sendo que as maiores concentrações foram verificadas nas variedades Campinas e Rosinha, que não apresentaram diferenças estatísticas entre si. Já a cultivar Dona Diva apresentou os menores teores de clorofila a e b, sendo -12% e -30% em relação aos maiores teores obtidos, respectivamente. Por outro lado, esta variedade apresentou maior relação clorofila a/b. Não houve diferenças significativas entre as demais cultivares neste parâmetro.

Quanto às concentrações de carotenóides, também houve destaque para as variedades Rosinha e Campinas, as quais apresentaram os maiores teores desses pigmentos (1,34 µmol g-1 MF e 1,30 µmol g-1 MF, respectivamente) em condições de capacidade de campo. Os menores teores de carotenóides foram observados na variedade Cariri (1,11 µmol g-1 MF). Pode-se observar também que, em média, os maiores valores de clorofila total foram expressos nas variedades Campinas, Rosinha e Cariri (4,47 mg g-1 MF, 4,42 mg g-1 MF, 4,08 mg g-1 MF, respectivamente).

No entanto, esse melhor desempenho, em termos de pigmentos, não faz das variedades Campinas e Rosinha necessariamente as mais produtivas quando em sistema de cultivo, pois há que considerar a área foliar que cada variedade pode atingir, bem como outros fatores fisiológicos e nutricionais.

 

CONCLUSÃO:

Sob condições ótimas de disponibilidade de água, as variedades Campinas e Rosinha possuem maior capacidade de fotossíntese devido à maior concentração de pigmentos fotossintéticamente ativos por unidade de peso de matéria fresca, bem como de maior capacidade de fotoproteção pela maior concentração de carotenóides.

Instituição de Fomento: CNPq e FAPEAL- Alagoas
Palavras-chave: macaxeira, clorofila, capacidade de campo.