62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA AVALIADOS NO CERRADO DE RORAIMA 2009.
Juliana Maria Espíndola Lima 1
Oscar José Smiderle 2
Gilvan Barbosa Ferreira 3
Raphael Henrique da Silva Siqueira 4
1. Bolsista PIBIC-CNPq - Discente da Faculdade Cathedral de Roraima
2. Pesquisador Dr./Orientador - Embrapa Roraima
3. Pesquisador Dr. - Embrapa Roraima
4. Bolsista PIBIC-CNPq - Discente da Universidade Federal de Roraima - UFRR
INTRODUÇÃO:

A produção de mamona no Brasil vem aumentando devido, em parte, ao aumento do uso do óleo pela indústria em vários produtos. Na aviação, por exemplo, parte da colheita é destinada à produção de um fluido que impede o congelamento do combustível nos tanques dos aviões e foguetes.

Na região nordeste do estado de Roraima encontra-se, aproximadamente, 1,5 milhão de hectares de cerrados propícios para a produção de grãos e culturas industriais como a mamona. As condições climáticas são apropriadas à exploração das culturas, com uma precipitação média anual de 1.608 mm e temperatura média anual de 27,0ºC.

No melhoramento, as avaliações de linhagens e cultivares constituem a base de um processo para implantação e desenvolvimento de um cultivo. Grande parte dos cultivos de mamona no País ainda são estabelecidos com materiais nativos sem a adição de características melhoradas.

Em Roraima, vem sendo realizadas várias pesquisas para avaliar mamoneiras que melhor se adaptem a colheita, atendendo assim as necessidades dos setores agrícolas do estado de Roraima.

O trabalho foi realizado com o objetivo de identificar genótipos de mamona que se adaptem às condições edafoclimáticas de Roraima, que apresentem rendimentos elevados, com características de plantas adequadas para colheita.

METODOLOGIA:

O cultivo foi realizado no campo experimental Serra da Prata, pertencente a Embrapa Roraima em Boa Vista, em 2009. Utilizou-se um ensaio de competição de genótipos, composto de nove materiais oriundos de vários locais do País. O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados, com 4 repetições. As parcelas foram compostas por uma linha de dez metros de comprimento com a cultura plantada no espaçamento de 3,0 x 1,0 m. A área útil da parcela foi de 24 m2. A época de semeadura foi no início da estação chuvosa (20 de junho). Como adubação de plantio foram utilizados 420 kg ha-1 com fertilizante da fórmula 04-28-20. Foram aplicados 40 kg ha-1 de K2O e 40 kg ha-1 de nitrogênio (sulfato de amônia) em cobertura aos 30 dias após a emergência das plantas.

Avaliou-se a altura do caule, altura de plantas, diâmetro de caule, número de racemos, comprimento de racemos, produção de frutos e produtividade média.

No laboratório foram pesadas cascas e sementes, em seguida avaliou-se a condutividade elétrica, onde se utilizou 4 repetições de 50 e 25 sementes, imersas em recipientes com 75 ml de água destilada mantidas à temperatura de 25°C, durante 4 e 24 horas, para amostras de 50 sementes e 4 horas nas amostras de 25 sementes. Foram determinadas também a massa de mil sementes e grau de umidade.

RESULTADOS:

Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística constatando-se que para altura média de plantas CNPAM 2001-09 foi superior aos demais (2,19m), em altura de caule CNPAM 2001-09 e SM5 Pernambucana se destacaram com 1,82 e 1,76m respectivamente, e para diâmetro de caule não houve diferença significativa, média 3,31cm.

Quanto ao número médio de racemos CNPAM 2001-63 e BRS Paraguaçu (1,70 e 1,72) foram superiores aos demais. Já o maior comprimento de racemos foi obtido no CNPAM 2001-16 com 30,25cm. Na produtividade média e produção de frutos o CNPAM 2001-63 obteve melhores valores (2517,5 e 1604,9kg ha-1), bem como na relação casca/semente junto com CNPAM 93-168 e BRS Paraguaçu (63,57, 59,19 e 58,45%).

A massa de mil sementes do CNPAM 93-168 (63,30g) e BRS Paraguaçu (63,98g) foi superior aos materiais BRS Nordestina (50,1g); CNPAM 2001-09 (44,2g); SM5 Pernambucana (42,5g).

A condutividade elétrica obtida após 24 horas não diferiu estatísticamente, mas após 4 horas houve diferenciação entre os materiais. O material CNPAM 2001-77 (29,12µS cm-1g-1) foi melhor com relação ao CNPAM 2001-63 e CNPAM 93-168 (35,96 e 38,39µS cm-1g-1) em 4 horas com 50 sementes. Na leitura em 4 horas com 25 sementes CNPAM 2001-77, CNPAM 2001-09 e SM5 Pernambucana foram melhores que o material CNPAM 93-168.

CONCLUSÃO:

A produtividade média da mamona cultivada em área de cerrado de Roraima poderá ser acrescida com a utilização de linhagens e cultivares melhoradas e adaptadas. Para determinação do vigor em sementes de mamona os valores de condutividade elétrica resultaram em diferença estatística entre os materias com 50 sementes quando a leitura foi realizada após 4 horas de imersão em água a 25 ºC.

Instituição de Fomento: EMBRAPA
Palavras-chave: Ricinus communis L., Produtividade, Oleaginosa.