62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 3. Técnicas e Operações Florestais
TEOR DE HOLOCELULOSE EM MADEIRA DE JUREMA-PRETA
Kisy Maria Silva 1
Thiago Maurício de Moraes 2
Tágory Clementino do Nascimento 2
Lindomar Maria de Souza 3
Egídio Bezerra Neto 3
1. Departamento de Ciência Florestal - Universidade Federal Rural de Pernambuco
2. Departamento de Ciência Florestal - UFRPE
3. Departamento de Química - UFRPE
INTRODUÇÃO:
A holocelulose é um termo designado para a celulose, em conjunto com os demais polissacarídeos da madeira, sendo os polissacarídeos não-celulósicos chamados de hemiceluloses. A obtenção de holocelulose em madeira, sem perda considerável de hemicelulose foi obtida pela primeira vez por Ritter e colaboradores, através de tratamentos alternados de cloração e extração alcalina em soluções alcoólicas. Nos processos de deslignificação da madeira por cloração, o clorito de sódio em meio ácido, à quente, libera dióxido de cloro (Klock,2005), o qual por sua vez ataca a lignina para formar um produto solúvel. Os carboidratos são atacados em extensão limitada sob estas condições, e podem ser filtradas como holocelulose A jurema-preta, leguminosa que ocorre em quase toda Região Nordeste, apresenta alto grau de resistência à seca e cresce em solos rasos, sendo uma das primeiras espécies a se instalar em áreas degradadas. Esta espécie apresenta um porte arbustivo, com tronco bifurcado, que ao final de 5 anos atinge uma altura média de 4,5 metros (Braga, 1976;Lima, 1996). Logo o objetivo deste trabalho foi verificar o teor de holocelulose a partir do lenho da Jurema-preta (Mimosa tenuiflora).
METODOLOGIA:
O seguinte experimento foi conduzido no laboratório de Bioquímica vegetal, situado no campus Recife da Universidade Federal Rural de Pernambuco. A amostra foi obtida a partir do resíduo de material de poda urbana, e trabalhada em forma de serragem após pré-secagem em estufa de aeração forçada a 65±5°C, seguida de uma moagem. Para o experimento foram utilizadas 5 repetições, empregando 2g da amostra que passaram por um processo de remoção dos extrativos (Extração pelo método de Soxhlet), em seguida o material foi transferido para um erlenmeyer de 250 mL adicionando em seguida 55 mL de água destilada , 3 mL de Hipoclorito de sódio a 20% e 2 mL de Ácido acético glacial. Logo após este procedimento o material foi levado par ao banho-maria regulado a 75 °C por 30 minutos, com agitação constante após o termino deste tempo, a amostra foi filtrada e conduzida novamente ao banho-maria. O procedimento foi repetido até a amostra apresentar aspecto branqueado, evidenciando processo de cloração. Com o fim do processo, transferiu-se a amostra pra um pesa-filtro previamente seco e tarado e levado para uma estufa de secagem por 2 horas a 105°C.
RESULTADOS:
O teor de holocelulose a partir das repetições no lenho de Jurema-preta ilustrou uma média equivalente a 81,23% deste componente, enquanto o desvio-padrão que corresponde ao valor que quantifica a dispersão dos eventos sob distribuição normal, ou seja, a média das diferenças entre o valor de cada evento e a média central correspondeu a 2,5945g, enquanto que o coeficiente de variação experimental foi igual a 3,20%, considerado baixo para condições laboratoriais. Segundo Browning (1975) citado por Rabelo (2007), em estudo similar encontrou para Teca (Tectona grandis) e Mogno (Swietenia macrophylla) valores iguais a 49,2% e 56,2 respectivamente, já Pinto (2008) constatou que para a o Juazeiro (Ziziphus joazero) um teor de 80,35 desta variável. As variações quanto ao teor de holocelulose em espécies arbóreas são descritas por Silva (2005) como um fator derivante em relação à idade da árvore, segundo ele quanto mais jovem uma árvore maior o teor de holocelulose, havendo tendência de estabilização após certa idade.
CONCLUSÃO:
A partir da metodologia empregada para isolar a holocelulose da madeira em forma de serragem, conclui-se a partir dos dados obtidos que a jurema-preta apresenta alto teor de holocelulose, frente a outras espécies florestais.
Palavras-chave: Composição química da madeira, Holocelulose, Jurema-preta.