Os recursos florestais, mais especificamente a madeira, embora seja considerada renovável, é um recurso finito, e requer, para que sua perpetuidade seja garantida, uma administração racional, baseada no princípio do uso racional da madeira com garantia de suprimento para as gerações futuras.

No entanto, esses recursos têm sido explorados de forma que já pode ser sentida a falta de madeira, tanto oriunda dos fragmentos florestais nativos, quanto dos plantios para atender, de forma sustentável, os segmentos consumidores deste insumo.

Com a escassez da madeira de florestas nativas como matéria-prima para madeira serrada, e também pelo aumento das pressões de ordem ambiental, a necessidade da busca de alternativas para suprir a demanda da indústria de madeira processada tornou-se cada vez mais importante.

O rendimento de madeira serrada pode ser afetado pela interação dos vários fatores relacionados à madeira, ao maquinário de corte e ao processo, os quais, não devem ser analisados isoladamente.

O presente estudo tem como objetivo diagnosticar as principais madeiras e produtos à base de madeira comercializados nas madeireiras, armazéns de construção e lojas especializadas em madeiras, em seis bairros do Grande Recife, Pernambuco.

A aplicação e análise das entrevistas possibilitaram obter as informações importantes a cerca da comercialização da madeira processada mecanicamente e dos painéis de madeira reconstituída na região metropolitana de Recife. As espécies de madeiras mais comercializadas foram: Maçaranduba (Manikara sp.) com 35,3%, Jatobá (Hymenea sp.) com 32,3%, Eucalipto (Eucalyptus sp.) com 11,7%, Pinus (Pinus sp.) com 11,7% e Madeira Mista (sobras de serrarias) com 9,0%. Segundo os entrevistados a Maçaranduba e o Jatobá são utilizados, respectivamente, para cobertas de residências e esquadrias. Já as demais espécies são empregadas na construção civil. As madeiras de Jatobá, Maçaranduba e Mista, em todos os estabelecimentos visitados tinham origem do Estado do Pará, já os Eucaliptos eram provenientes dos Estados da Bahia e Paraná e os Pinus do Paraná. Quanto aos painéis de madeira reconstituída, 70,8% das empresas entrevistadas comercializam aglomerados, compensados, MDF e OSB, dentre esses produtos, os que apresentaram maiores demandas, foram: compensado (41,5%), MDF (26,8%), OSB (19,5%) e aglomerado (12,2%). Entre madeiras e painéis, a madeira representou 62,5% das negociações das empresas abordadas, enquanto que o aglomerado, compensado, MDF e OSB, juntos, representaram, apenas, 37,5%.

De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a Maçaranduba e o Jatobá são as espécies madeireiras mais negociadas em estabelecimentos especializados no Grande Recife, nativas do Brasil e encontrada em Planos de Manejo Florestal na Região Norte. Por outro lado, essas madeiras possuem uma grande pegada ecológica, além de influenciarem no preço de comercialização dos produtos, pois são transportadas por alguns milhares de quilômetros até chegarem ao Estado de Pernambuco. Mediante o estudo realizado, também, se pode concluir que entre aglomerado, compensado, MDF e OSB, o compensado apresenta um maior volume de vendas. Embora a tecnologia no setor madeireiro tenha avançado, produzindo aglomerados, compensados, MDF e OSB, de alta resistência e qualidade, a madeira permanece sendo o produto mais comercializado dentre os aqui apresentados, reforçando a necessidade da utilização da matéria-prima de forma racional, atendendo aos princípios da sustentabilidade, com vistas à produtividade e qualidade do produto final.