62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 1. Anatomia Patológica e Patologia Clínica
PREVALÊNCIA DE HEMOGLOBINAS VARIANTES EM DOADORES DE SANGUE DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN
Ulysses Madureira Maia 1
Heloisa Helane Almeida Silva 1
Christiane Medeiros Bezerra 2
Wogelsanger Pereira de Oliveira 3
Thales Allyrio de Araujo de Medeiros Fernandes 3
1. Depto.de Ciências Biológicas, UERN
2. Depto.de Microbiologia e Parasitologia, UFRN
3. Depto.de Ciências Biomédicas, UERN
INTRODUÇÃO:
As hemoglobinopatias, distúrbios hereditários da hemoglobina humana, constituem-se nas alterações genéticas mais comuns em todo o mundo, estando presentes em freqüência variáveis, dependendo da população estudada. Dentre elas, as hemoglobinas anormais S (HbS) e C (HbC) se apresentam como as mais prevalentes, com nítidas diferenças regionais marcadas pelos processos de miscigenação da população. Os portadores heterozigotos dessas hemoglobinas variantes, embora geralmente assintomáticos, apresentam algumas diferenças clínicas e biológicas quando comparados aos indivíduos homozigotos para hemoglobina normal (Hb A), além de possuírem chance significativa de gerarem filhos com doenças genéticas sérias, tais como as doenças falciformes. Além disso, a transfusão de hemácias contendo HbS possui algumas contra-indicações específicas. Diante disso, o presente estudo objetivou determinar a prevalência de hemoglobinas variantes entre os doadores de sangue da cidade de Mossoró.
METODOLOGIA:
Foram analisadas amostras de sangue de 528 doadores de sangue (431 homens e 97 mulheres), idades variando de 18 a 64 anos, que se dirigiram espontaneamente ao HEMOCENTRO de Mossoró para a realização do procedimento de doação de sangue. Após prévia concordância em participar da pesquisa, foram coletadas, de cada doador, alíquotas de cerca de 5 mL de sangue venoso periférico, destinadas a determinação do perfil hemoglobínico, através do procedimento de eletroforese de hemoglobina em pH alcalino. As amostras que apresentaram perfil compatível com o da hemoglobina S foram submetidas à confirmação através da realização do teste de solubilidade, e as que tiveram perfis diferentes (Hb C e outras hemoglobinas variantes) foram analisados por eletroforese em pH ácido, HPLC e outros testes confirmatórios.
RESULTADOS:
Foram diagnosticados 19 (3,6%) casos de doadores sendo portadores de alguma hemoglobina variante. Destes, 15 (2,8%) eram portadores do traço falciforme (Hb AS), 3 (0,6%) eram portadores de Hb AC, e em um doador foi encontrada uma hemoglobina variante rara, que foi enviada para um centro de referência em Hemoglobinopatias para melhor caracterização das amostras. Quando consideradas em conjunto, a prevalência de hemoglobinas variantes foi maior no grupo de indivíduos que se auto-declararam como não-brancos. Esses resultados são compatíveis aos relatados para outras regiões do país.
CONCLUSÃO:
A Hb S, seguida da Hb C, constituem-se nas hemoglobinas variantes mais freqüentes na população de doadores de sangue da cidade da Mossoró. Além disso, foi diagnosticada uma hemoglobina variante rara em um dos doadores de sangue. Os resultados encontrados foram semelhantes aos descritos para outras regiões do país e destacam a importância da realização da triagem destas hemoglobinas variantes nos doadores de sangue.
Instituição de Fomento: CNPq, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Palavras-chave: Hemoglobina falciforme, Hemoglobina C, Doadores de sangue.