O estresse salino representa um dos mais importantes fatores que limitam o crescimento e a produção das culturas induzindo modificações morfológicas, fisiológicas e metabólicas nas plantas superiores. O calopogônio (Calopogônium mucunoides) é uma forrageira nativa do trópico brasileiro, tendo como principais características a capacidade de vegetar satisfatoriamente em condições de acidez elevada e de baixa fertilidade natural do solo.

A produção de sementes é um dos principais mecanismos de defesa da planta sob estresses ambientais, porém ao ser liberada para o meio ambiente esta sujeita a vários fatores como pH, salinidade, concentrações de alumínio que possam inibir seu percentual de germinação.

O seu cultivo, assim como o de qualquer cultura, requer o conhecimento das características físicas, biológicas e, principalmente químicas do solo, pois excesso de adubos pode reduzir o potencial hídrico do solo, comprometendo a qualidade germinativa das sementes.

Este trabalho tem como objetivo analisar o percentual de germinação e a massa fresca de sementes de calopogônio (Calopogônium mucunoides) submetidas ao estresse salino.

Foram usadas sementes de calopogônio (Calopogônium mucunoides) provenientes do município de castanhal da safra 2008. O experimento foi conduzido no Laboratório de Fisiologia Vegetal Avançada do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém-Pa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, sendo 4 níveis de estresse salino (0, 100, 200 e 300 mM NaCl), usando-se NaCl e água destilada, e somente água para o tratamento controle. Os tratamento foram constituídos por 6 repetições e cada unidade experimental por 100 sementes. As sementes foram colocadas em gerbox, forrados papel germitest estéril e umedecidos com as soluções salina e controle até alcançar 2.5 vezes o peso do papel seco. Os gerbox, hermeticamente fechados e com as sementes, foram colocados em câmara de germinação à temperatura de 25 ºC e no escuro. Ao 10º dia, determinou-se a percentagem de germinação e a massa fresca das sementes germinadas, considerando-se germinadas as sementes que apresentavam comprimento da radícula maior ou igual a 1.0 cm. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Os resultados mostraram uma diferença significativa entre os tratamentos na avaliação germinativa de sementes de Calopogônio submetidas ao estresse salino, de acordo com a análise de variância, na qual foram observadas percentagens de germinação de 89%,  84,3%,  60,3% e 23.8% nos tratamentos sob as concentrações de 0, 100, 200 e 300 mM NaCl, respectivamente.

As soluções salinas usadas por terem reduzido o potencial hídrico do substrato, impediram que as sementes absorvessem água suficiente e a entrada de íons a níveis tóxicos resultando em decréscimo da percentagem de germinação das mesmas. O peso da matéria fresca da semente germinada sofreu alterações significativas, no qual os tratamentos sob 0, 100, 200, 300 mM NaCl apresentaram os pesos da massa fresca de 0.62, 0.48, 0.38 e 0,31g.semente germinada ¹, respectivamente. O teste aplicado revelou que o tratamento sob 300 mM NaCl é superior e diferente estatisticamente dos demais, comprovando que sob condições de estresse salino o sal pode ser acumulado na semente durante o processo de germinação.

As soluções salinas reduziram a percentagem de sementes germinadas.

A massa fresca das sementes foi alterada, entre os tratamentos, em função do acúmulo de sal no interior das sementes.