62ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia

ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DO EXTRATO SECO DE EUGENIA UNIFLORA L. NO MODELO DE EDEMA DE PATA E PERITONITE EM CAMUNDONGOS

Daniel Luiz de Medeiros 1 Ibson Lucas de Lyra 2 Danielle Belizário Terto 3 Gerlane Coelho Bernardo Guerra 4 Aurigena Antunes de Araújo 2 Cinthia Raquel da Costa Porto 1

1. Centro de Ciências da Saúde - Departamento de Farmácia - UFRN 2. Centro de Biociências - Departamento de Biofísica e Farmacologia - UFRN 3. Centro de Ciências da Saúde - Laboratório de Fitoterápicos - UFRN 4. Prof. Dr./Orientadora - Departamento de Biofísica e Farmacologia - UFRN

INTRODUÇÃO:

A Eugenia uniflora L. pertencente à família Myrtaceae, conhecida popularmente como pitangueira é originária do Brasil e distribuída em toda América do Sul. O chá de suas folhas tem aplicação na medicina popular principalmente como hipotensor, antigota, estomáquico e hipoglicemiante. Devido possuir compostos fenólicos em sua composição, os quais estudos já confirmaram sua atuação na redução do processo inflamatório, acredita-se que essa planta apresente atividade contra tal processo. O processo inflamatório consiste na primeira linha de defesa dos organismos vivos a estímulos lesivos exógenos ou endógenos. Independente da natureza do estímulo lesivo observa-se fenômenos vasculares e celulares característicos, de modo que os sinais clínicos da inflamação são representados por rubor, calor, formação de edema, dor e perda da função. Eicosanóides clássicos, como as prostaglandinas e leucotrienos, que exercem importantes funções como mediadores locais e exercem expansivas ações em reposta de interesse na inflamação. O presente estudo teve como objetivo avaliar a atividade antiinflamatória do extrato Eugenia uniflora L. frente aos modelos de inflamação aguda in vivo: edema de pata e migração leucocitária induzidos pela carragenina.

METODOLOGIA:

As folhas de Eugenia uniflora L.(EU) foram secas, trituradas para a obtenção de um extrato aquoso que posteriormente foi seco em Spray dry. Para determinação da atividade antiinflamatória da EU utilizou-se os modelos edema de pata e migração leucocitária induzidos pela carragenina 1%. Neste estudo os camundongos Swiss adultos com peso de 26-33g foram divididos em quatro grupos de seis animais (n=6): controle positivo, controle negativo, diclofenaco (100mg/kg) e tratados com 50 mg/kg ( i.p. ) do extrato. O modelo de edema de pata consiste no tratamento dos grupos com extrato, diclofenaco e salina e em seguida a injeção carragenina 1% na pata traseira direita, e solução salina na pata traseira esquerda. A avaliação da atividade antiinflamatória consiste na diferença entre o peso da pata direita e esquerda que indica o grau de edema. O modelo de peritonite induzido pela carragenina consiste na administração de carragenina 1% na cavidade peritoneal nos grupos tratados com extrato (50 mg/kg, v.o.), fármaco padrão (diclofenaco 100 mg/kg, v.o.) e controle positivo (salina v.o.), após 4h se realizou a eutanásia e então se obteve o lavado peritoneal, no qual foi realizada uma contagem de leucócitos na câmera de Neubauer.

RESULTADOS:

Todos os resultados foram representados pela média  DP, para comparação entre os grupos utilizou-se o teste "t" de Student, com nível de significância p<0,05. O edema de pata induzido por carragenina 1%, provocou no grupo controle positivo um aumento no volume da pata em relação ao grupo controle negativo (p<0,01), o extrato da EU (50 mg/kg) e o diclofenaco (100 mg/kg) mostraram-se anti-edematogênico, sendo capazes de provocar uma redução do edema, em comparação com o grupo controle positivo (p<0,01), causando uma redução de aproximadamente 49,3% e 40,8% no volume da pata respectivamente . No modelo de peritonite, a administração de carragenina 1% no grupo controle positivo levou a uma significativa migração leucocitária para área inflamada quando comparado ao grupo controle negativo (p<0,01), a administração do extrato e o diclofenaco provocaram uma redução no número de leucócitos quando comparado ao grupo controle (p<0,05 e p<0,01). A atividade observada pelo extrato pode estar relacionada à presença de compostos fenólicos, já conhecidos como antiinflamatórios devido a sua ação inibidora de enzimas da cascata inflamatória. Outros estudos já confirmaram que extratos ricos em compostos fenólicos exibiram atividades semelhantes nos modelos acima referidos.

CONCLUSÃO:

Os resultados obtidos no presente estudo indicam que extrato de Eugenia Uniflora na dose de 50 mg/kg apresenta uma atividade no processo inflamatório induzido pela carragenina, reduzindo o edema e a migração leucocitária para o sítio inflamatório.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ

Palavras-chave: Eugenia uniflora, Edema de pata , Peritonite.