62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
VERIFICAÇÃO DA PREVALÊNCIA DE INCAPACIDADE FUNCIONAL EM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO COM O ÍNDICE DE BARTHEL
Andressa Kaline Ferreira Araújo 1
Alexsandro Silva Coura 2
Cibely Freire de Oliveira 1
Giovanna Karinny Pereira Cruz 1
Juliana Raquel Silva Souza 1
Inacia Sátiro Xavier de França 3
1. Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Mestrado em Saúde Pública - UEPB
3. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Enfermagem - UEPB
INTRODUÇÃO:

As Pessoas com Deficiência Visual (PcDV) apresentam necessidades especiais, decorrentes da impossibilidade de utilização plena da visão como estratégia de comunicação e locomoção. Também, vivenciam problemas bio-psico-socio-espirituais que demandam assistência especializada para que possam adquirir habilidades e competência no desenvolvimento das Atividades da Vida Diária (AVD). Apesar de ser um problema de saúde pública, a temática da deficiência visual está entre aquelas com número insuficiente de publicações científicas. Portanto, espera-se que os resultados possam subsidiar a formação de recursos humanos na área de reabilitação, além de oferecer informações para o planejamento de políticas e ações em saúde. Nessa perspectiva, a pesquisa objetivou verificar a prevalência de incapacidade funcional para as AVD em PcDV na cidade de Campina Grande-PB.

 

METODOLOGIA:

Estudo epidemiológico transversal, com abordagem quantitativa. Foi realizado em 2009 nas Unidades de Saúde da Família (USF) existentes em Campina Grande. Todas PcDV existentes no município e adscritas às USF, constituíram a população alvo. A amostra foi composta por 108 participantes. Os critérios delineados para inclusão dos sujeitos foram: ser adulto (18 anos ou mais), PcDV e apresentar função cognitiva normal. Foi utilizado um questionário denominado Índice de Barthel, o qual, possibilita verificar a capacidade funcional das pessoas para as AVD. Nesse instrumento são avaliados dez itens de mobilidade. Cada item conteve pergunta que recebeu pontuação 0, 5, 10 ou 15, conforme independência ou necessidade de ajuda. O resultado global obedeceu à escala padronizada do instrumento, variando de 0 à 100 pontos. A pontuação igual a 100 significou total independência; ≥ 60, leve dependência; 40-55, moderada; 20-35, grave; e ≤ 20, total dependência. Foi utilizada a versão 3.5.1 do programa Epi Info para análise dos dados. Foram seguidas todas recomendações éticas para pesquisas com seres humanos.

RESULTADOS:

Verificou-se as seguintes prevalências de incapacidade funcional na amostra estudada: Comer (1,8%); Transferir-se (1,8%); Usar o sanitário (1,8%); Arrumar-se (3,7%); Deambular (1,8%); Evacuar (1,8%); Lavar-se (10,1%); Vestir-se (2,8%); Micção (2,8%); Subir e descer escadas (16,7%). Pela escala do Índice de Barthel, 48,1% dos sujeitos são independentes, 47,3% encontram-se em grau leve de dependência, 2,8% moderado, 0,9% grave e 0,9% são totalmente dependentes. Tais dados corroboram com a literatura, a qual, apresenta a deficiência visual como fator limitante na realização das AVD.

CONCLUSÃO:

A análise dos dados possibilitou concluir que a amostra de PcDV apresenta, majoritariamente, independência para realizar as AVD ou incapacidade funcional em grau leve. Todavia, percebe-se que dois itens apresentaram prevalência de incapacidade funcional considerável, fato que conduz para o entendimento de que a deficiência estudada prejudica a realização de algumas atividades. Percebe-se a necessidade em desenvolver políticas públicas que atendam as necessidades básicas dessa população.

 

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Pessoas com Deficiência Visual, Atividades Cotidianas, Prevalência.