62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
O ESTRESSE NO TRABALHO DA ENFERMAGEM
Paola da Costa Silva 1
Rosimara Cristina Suemitsu 2
Vivian de Oliveira Barbosa 2
Jacileide Guimarães 1
Diego Bonfada 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2. Faculdades Integradas de Bebedouro
INTRODUÇÃO:

Trata-se de um estudo que teve como objetivo identificar a percepção dos trabalhadores de enfermagem referente ao estresse decorrente do seu trabalho, assim como os mecanismos utilizados pelos sujeitos para lidar com este estresse. Hoje, é de relevante importância que a Humanização seja vista como um valor a ser aplicado tanto na assistência como um direito do cidadão, assim como um processo previsto nas relações de trabalho. Tanto o paciente como o profissional encontram-se inseridos em um contexto gerador de estresse. Na grande maioria das vezes, cabe ao profissional da enfermagem promover supressão ou amenizar o estresse que envolve o paciente, seus amigos e familiares durante o processo saúde-doença, como assegurar e proporcionar mecanismos e benefícios aos provedores da saúde, afim de reduzir ou amenizar o estresse. Conforme Mendes (1994), a valorização do homem é a premissa básica para a humanização de ambas as partes, ou seja, tanto da pessoa do enfermeiro como da pessoa do paciente. Assim, vê-se a necessidade de ponderar as relações humanas, no intuito de avaliação e redução do estresse no trabalho, considerando os diferentes sujeitos envolvidos no processo de cuidar em saúde.

METODOLOGIA:

A pesquisa caracteriza-se como descritivo-exploratório com base em uma abordagem quali-quantitativa. Foi realizada em unidades de internação de um hospital público do município de Bebedouro-SP. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semi-estruturada, aplicada individualmente aos funcionários de enfermagem, sendo transcrita posteriormente para análise. A população envolvida neste estudo foi um total de dezoito funcionários, que prestam assistência de enfermagem em diversas unidades no período matutino com uma carga horária de seis horas trabalhadas, divididos entre três enfermeiros, doze técnicos e três auxiliares de enfermagem. Esta classificação se deu para proporcionar maior abrangência nos dados e favorecer a compreensão da visão dos participantes acerca da temática. Para a realização do estudo, realizou-se a revisão da literatura, e após a coleta dos dados, a análise por categorização das falas emitidas nas questões abertas, e classificação dos fatores estressores.

RESULTADOS:

Diante dos resultados encontrados, analisados e referenciados por revisão de literatura, identificamos que os integrantes da equipe de enfermagem, independente da sua categoria profissional utilizam manejos de estresse semelhantes, como enfrentamento centrado no problema, na emoção, manobras de alívio e desenvolvimento de relações sociais, seja de forma concomitante ou isolada. Houve um predomínio dado aos relatos que dizem respeito às manobras de alívio, como ouvir música e questões relacionadas à fé. A música foi apontada como um mecanismo que promove o relaxamento. É oportuno ressaltar que os dados referentes às relações interpessoais no trabalho, foram considerados como difíceis pelos entrevistados. Identificou-se que os funcionários utilizam formas de manejo do fator estressante que supre ou ameniza o estresse no momento em que se apresenta, porém, não conseguem manejar de forma efetiva para amenizar o fator estressante em sua "raiz", o que redunda em transformação das relações interpessoais em relações impessoais. Tal problema seria passível de resolução através de manejos que utilizem como estratégias o desenvolvimento e valorização das relações humanas e sociais.

CONCLUSÃO:

A rotina diária de trabalho na qual os profissionais da saúde exercem suas funções, às vezes, sob a presença de condições adversas, causa um desgaste psíquico, que afeta a qualidade de vida do próprio funcionário, cabendo unicamente a si próprio desenvolver formas de enfrentamento aos fatores estressores aos quais estão expostos diariamente. Condições de trabalho adequadas deveriam ser oferecidas aos profissionais de saúde e as relações interpessoais valorizadas e favorecidas por meio de ações que estimulem o crescimento profissional e pessoal. Espera-se, com este estudo, apresentar dados para subsidiar pesquisas posteriores na área de gerenciamento de enfermagem no que concerne ao manejo do estresse provocado pelo trabalho na assistência ao paciente visando a prestação de cuidados humanizados. Uma vez que o "bem estar" do profissional se reflete na eficiência do cuidado oferecido, considerando-se a humanização em saúde como uma via de mão dupla na qual se oferece apoio e se requer apoio, onde o profissional de saúde e o paciente são seres humanos envolvidos, sendo cada qual portador de respectivas necessidades.

Palavras-chave: Cuidado, Trabalho, Estresse.