Este trabalho busca retratar o ensino superior brasileiro atual no que se refere à abrangência do mesmo perante a população jovem (18 a 24 anos) no país, ilustrando a distribuição das universidades e comparando-se à demanda desse grupo etário nas regiões brasileiras. Buscar-se-á ainda traçar um breve panorama da implementação das ações afirmativas nas universidades públicas nos últimos anos, demonstrando seus impactos na inserção de jovens no ensino superior, investigando aspectos desta política pública que ratificam ou retificam sua consideração como um mecanismo de democratização do ensino superior público no Brasil.

Utilizou-se de pesquisas a fontes primárias (dados do IBGE, PNAD, MEC) referentes à educação superior brasileira, bem como a aspectos demográficos nas regiões brasileiras, considerando o recorte da faixa etária selecionada (jovens de 18 a 24 anos), de acordo com a principal demanda do ensino superior brasileiro. Buscou-se ainda como estratégia para atualização dos dados coletados, a leitura e catalogação de jornais e revistas com notícias relacionadas ao ensino superior no país.

Atingiu-se um retrato da oferta de vagas no ensino superior brasileiro, em especial das universidades públicas, considerando sua distribuição pelas regiões brasileiras. Além disso, obteve-se um quadro da distribuição das universidades públicas que implementaram ações afirmativas entre as regiões do país, além dos critérios adotados pelas mesmas para a efetivação de tal política. Elaborou-se a partir dos dados coletados, tabelas e gráficos sistematizados que ilustram o modo de implementação de tal política pública, relacionando às características sócio-demográficas dos jovens pelas regiões brasileiras.

A partir dos dados coletados, pôde-se perceber a concentração das universidades públicas brasileiras nas regiões sul e sudeste do Brasil, reproduzindo as desigualdades sócio-econômicas existentes no país. Quanto às ações afirmativas, constatou-se determinadas contradições inerentes à implementação de tal política pública, como a predominância de ações afirmativas de critério étnico-racial na região sul do país, marcada pela menor proporção demográfica de negros (um dos públicos atingidos pela política).