62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DO USO DA SIMULAÇÃO COMO MÉTODO DE ENSINO DURANTE DISCIPLINA ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER, NUM CURSO SUPERIOR DE ENFERMAGEM EM UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DE MOSSORÓ/RN
Rúbia Mara Maia Feitosa 1
Líbne Lidianne da Rocha e Nóbrega 2
1. Profa. da Graduação em Enfermagem da Universidade Potiguar - UnP, Campus Mossoró
2. Profa. Ms./Orientadora - Fac. de Enfermagem, Univers. do Est. do RN - UERN
INTRODUÇÃO:

A aprendizagem baseada em problemas (ABP) vem, ultimamente, constituindo-se numa ferramenta bastante utilizada no ensino superior, pois, estabelece uma estratégia pedagógica centrada no aluno, onde se entende que este último deve ser ativo na busca pela resolução de situações-problemas e na concretização do processo ensino-aprendizagem. A simulação, conforme as características da ABP, proporciona a construção das habilidades e competências dos alunos a partir de situação prática, semelhante à que acontece na realidade, onde os discentes exercerão papel ativo na construção do conhecimento para compreensão e resolução do problema. A simulação exige a utilização de um simulador e/ou manequim capaz de despertar no aluno, o aperfeiçoamento da técnica, da rapidez de raciocínio e coerência na realização dos procedimentos, cujas atividades são coordenadas pelo enfermeiro preceptor que tem a função de intermediar a discussão dos demais alunos que, ao longo da simulação, assumem a postura de observadores do estudo. Este trabalho constitui-se em um relato de experiência de uma enfermeira preceptora sobre a condução da simulação e sua contribuição com o processo ensino-aprendizagem no curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade Privada da cidade de Mossoró/RN.

METODOLOGIA:

As simulações conduzidas pelo enfermeiro preceptor ocorreram no Laboratório de Semiotécnica, com grupos de no máximo 20 alunos da 5ª série da Graduação em Enfermagem, disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher, do semestre letivo 2009.2. Aconteciam após discussão do conteúdo em sala de aula e antes da inserção dos alunos nos serviços de saúde. Foram 5 simulações, cada uma durando 4 horas/aula e sobre uma das temáticas: Assistência de Enfermagem na Prevenção do Câncer de Colo Uterino, do Câncer de Mama, Consulta Pré-Natal, Planejamento Familiar, Parto e Puerpério. Alguns alunos eram convocados para encenar uma situação-problema, assumindo papéis de agente comunitário de saúde, usuário ou enfermeiro do serviço. Apenas o enfermeiro não tinha acesso às informações trazidas pelo estudo de caso, devendo, conforme seus conhecimentos teóricos, identificar determinantes, problemas do usuário, elaborar diagnóstico e traçar planos de cuidados pertinentes. Os outros alunos eram observadores, conhecedores de toda história do caso estudado e responsáveis por confrontarem a atuação do "enfermeiro" com os itens do chec-list relacionado com condutas previstas para consulta de enfermagem. Ao final, ocorria a discussão sobre os pontos abordados, envolvendo todos os alunos.

RESULTADOS:

As simulações tornaram-se uma ferramenta fundamental para o processo de ensino/aprendizagem, pois, as mesmas permitiram visualizar pari passu como se desenvolvem os conhecimentos teórico-práticos dos acadêmicos, possibilitando identificar as potencialidades e as necessidades básicas dos mesmos, aprofundando-as e reconstruindo-as durante as simulações. Este fato é perceptível quando os alunos revelam sua concepção do estudo clínico como instrumento facilitador do aprendizado, uma vez que propicia a construção do conhecimento teórico-prático. A estratégia de tornar os próprios alunos peças-chave para o desenrolar da simulação, exercendo a função de atores protagonistas, contribuiu para que estes despertassem para o treinamento de obtenção de história clínica, exame físico, habilidades de comunicação e a visualização do cuidado integral. Além disso, as simulações possibilitaram também que os alunos se sentissem mais seguros e confiantes para suas atividades práticas nos serviços de saúde, propiciando-lhes o reconhecimento dos processos de trabalho da enfermagem e a identificação e reconstrução das condutas pertinentes e que se fazem necessárias nos diversos tipos de assistência de enfermagem. 

CONCLUSÃO:

A simulação constituiu-se num método bastante eficaz, tendo sido um instrumento facilitador do processo ensino-aprendizagem dos alunos durante a disciplina Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher. Ressalta-se que grande parte dos discentes percebeu a simulação como uma importante atividade no desenvolvimento acadêmico, permitindo-lhes edificarem suas habilidades e competências na área informada. Isto porque a simulação permitiu, conforme intervenção do preceptor, estimular a curiosidade do aluno a partir da vivência de situações semelhantes às que ocorrem na realidade, permitindo-lhe ampliar as fontes de discussão sobre conceitos e outros elementos teórico-práticos fundamentais para sua formação profissional.

Palavras-chave: Ensino, Método, Saúde da Mulher.