62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO RESISTIDO NA QUALIDADE DE VIDA DE IDOSAS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Rudolfo Hummel Gurgel Vieira 1
Diego Augusto Oliveira da Silveira 1
Ivan Daniel Bezerra Nogueira 1
Gardênia Maria Holanda Ferreira 1
Karla Morganna Pereira Pinto de Mendonça 1
1. Depto. de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN
INTRODUÇÃO:
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa no Brasil um dos problemas de saúde pública de maior prevalência na população, capaz de levar a óbito aproximadamente 40% dos indivíduos acometidos. O tratamento da HAS é realizado por meio de medicamentos e deve estar associado a uma mudança de estilo de vida. Nesse contexto, o sedentarismo consiste em um dos principais agravantes para o surgimento da HAS. Indivíduos sedentários, geralmente, apresentam declínio na sua capacidade funcional e qualidade de vida, além de apresentarem maior risco de desenvolverem hipertensão, quando comparados aos ativos. A prática regular de exercício físico é recomendada para todos os hipertensos, inclusive aqueles sob tratamento medicamentoso, pois reduz a pressão arterial sistólica/diastólica em 6,9/4,9 mmHg, respectivamente. O efeito hipotensor do exercício aeróbio parece está bem esclarecido na literatura científica, sendo inclusive esse efeito maior em indivíduos hipertensos que normotensos. Porém, as repercussões do exercício resistido para o sistema cardiovascular, bem como na qualidade de vida de indivíduos hipertensos ainda precisam de elucidação. Dessa forma, o objetivo da nossa pesquisa foi verificar a eficácia do treinamento resistido na qualidade de vida de idosas hipertensas.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo do tipo longitudinal, no qual foram avaliadas 30? mulheres idosas, sedentárias, com HAS e tratamento clínico otimizado. Foram considerados elegíveis os casos que apresentavam estabilidade clínica, idade acima de 60 anos, autorização médica para a prática de exercícios resistidos. Foram excluídos do estudo pacientes com infarto agudo do miocárdio há pelo menos 3 meses do início do estudo, insuficiência cardíaca, resposta inapropriada da pressão arterial ou freqüência cardíaca durante o teste de esforço, arritmias ventriculares induzidas pelo esforço no teste ergométrico prévio, limitações osteomioarticulares e/ou déficit cognitivo que pudessem dificultar a execução dos testes, e que possuam número de faltas às sessões de treinamento ultrapassando 20% do total ou três faltas consecutivas. Previamente ao treinamento resistido (TR), as voluntárias foram submetidas a um período de adaptação aos exercícios com duração de 1 semana. O TR foi realizado durante um período de 8 semanas, 3 vezes por semana, em dias alternados. A intensidade do treinamento foi periodizada ao longo do programa de treinamento. Para avaliação da qualidade de vida, utilizou-se o questionário "Medical Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey" (SF-36) antes e após o programa de TR.
RESULTADOS:
Os dados foram analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0 para Windows (SPSS Inc. Chicago, IL, EUA) para análises estatísticas descritiva e inferencial, atribuindo-se o nível de significância de 5%. O teste de normalidade para as variáveis estudadas indicou distribuição normal dos dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S), o que permitiu a utilização de teste paramétrico para os dados. Para a análise de todos os domínios presentes no questionário SF-36 pré e pós-intervenção, utilizou-se o teste t de Student. Foram elegíveis 12 idosas hipertensas (68 ± 7 anos de idade), as quais se enquadraram nos critérios de inclusão e exclusão do nosso estudo. Houve melhora significativa nos domínios capacidade funcional (p=0,00), limitação por aspectos físicos (p=0,00), aspectos sociais (p=0,03) e dor (p=0,00) após a execução do programa de TR. Nossos resultados corroboram com demais estudos, os quais também evidenciaram os benefícios do TR na melhora da qualidade de vida, bem como no aumento da força e massa musculares, e ainda reduzindo o risco em 23% para infarto agudo do miocárdio e doenças cardiovasculares fatais, quando comparado aos pacientes que não realizam esse tipo de exercício.
CONCLUSÃO:
Um programa de TR, 3 vezes por semana, com duração de 8 semanas pode ser seguramente prescrito para pacientes idosos com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica e provoca um impacto positivo na qualidade de vida (capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, aspectos sociais e dor). Parece razoável considerar o TR como um coadjuvante ao tratamento de pacientes idosas hipertensas
Palavras-chave: Hipertensão , Exercício físico, Qualidade de vida.