62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
CORRELAÇÃO ENTRE DISTÂNCIA PERCORRIDA NO TESTE DA CAMINHADA DE 6 MINUTOS E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSAS HIPERTENSAS SUBMETIDAS A PROGRAMA DE TREINAMENTO RESISTIDO
Juliana Fernandes de Souza 1
Nathalia Priscilla Oliveira Silva 1
Murillo Jales Lins de Lira 1
Ivan Daniel Bezerra Nogueira 1
Fabrícia Azevêdo da Costa 1
Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira 2
1. Depto. de Fisioterapia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN
2. Profa. Dra. / Orientadora - Depto. de Fisioterapia - UFRN
INTRODUÇÃO:

Com o envelhecimento populacional, há um aumento significativo da prevalência de doenças crônico-degenerativas e, no Brasil, a grande maioria dos idosos (85%) apresenta pelo menos uma enfermidade crônica. Esse número alarmante mostra a necessidade de estudos sobre capacidade funcional, pois a associação entre doenças crônicas e longevidade é uma importante causa de dependência funcional. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças crônico-degenerativas que exerce significativa influência na dependência funcional e qualidade de vida do idoso, constituindo um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Nesse sentido, a prática regular de exercício físicos é recomendada para todos os hipertensos, sendo  a distância percorrida no teste da caminhada de 6 minutos (TC6M) preconizada como alternativa para avaliação da capacidade funcional de pacientes com doenças cardiovasculares. Dessa forma, o objetivo do nosso estudo foi correlacionar a distância percorrida no TC6M com a qualidade de vida de pacientes idosos antes e após a execução de programa de treinamento resistido (TR).

METODOLOGIA:

Estudo do tipo longitudinal, no qual foram avaliadas 20 mulheres idosas, sedentárias, com HAS e tratamento clínico otimizado. Foram considerados elegíveis os casos que apresentavam estabilidade clínica, idade acima de 60 anos, autorização médica para a prática de exercícios resistidos. Foram excluídos do estudo pacientes com infarto agudo do miocárdio há pelo menos 3 meses do início do estudo, insuficiência cardíaca, resposta inapropriada da pressão arterial ou freqüência cardíaca durante o teste de esforço, arritmias ventriculares induzidas pelo esforço no teste ergométrico prévio, limitações osteomioarticulares e/ou déficit cognitivo que pudessem dificultar a execução dos testes. O TR foi realizado durante um período de 8 semanas, 3 vezes por semana, em dias alternados. O TC6M foi realizado em corredor de 30 metros, com monitorização da pressão arterial (método auscultatório), freqüência cardíaca (freqüencímetro de pulso Polar), freqüência respiratória, saturação de oxigênio (oxímetro de pulso) e percepção de esforço (Escala de Borg 6-20). Para avaliação da qualidade de vida, utilizou-se o questionário "Medical Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey" (SF-36). A distância percorrida no TC6M e o questionário SF-36 foram avaliados antes e após o programa de TR.

RESULTADOS:
Os dados foram analisados no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences, versão 17.0 para Windows (SPSS Inc. Chicago, IL, EUA), atribuindo-se o nível de significância de 5%. O teste de normalidade para as variáveis estudadas indicou distribuição normal dos dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S). Para a correlação da distância percorrida no TC6M e os domínios do SF-36 pré e pós-intervenção, utilizou-se o teste de correlação de Pearson. Foram elegíveis 10 idosas hipertensas com média de idade de 70,7 ± 7,4 anos, as quais se enquadraram nos critérios de inclusão e exclusão do nosso estudo. Os resultados mostraram que após o programa de TR houve aumento nos escores do questionário de qualidade de vida e na distância percorrida no TC6M. Observou-se correlação significativa entre a distância percorrida no TC6M e os seguintes domínios do questionário SF-36 antes e após programa de TR, respectivamente: capacidade funcional (r=0,5; r=0,6), limitação por aspectos físicos (r=0,56; r=0,52), vitalidade (r=0,7; r=0,54) e limitação por aspectos emocionais (r=0,69; r=0,7). Podendo-se inferir uma relação direta entre a capacidade funcional medida pela distância percorrida no TC6M e os domínios do SF-36, que por ventura expressam a capacidade funcional.
CONCLUSÃO:

Parece razoável concluir que nesta amostra de idosas hipertensas praticantes de exercício resistido, houve associação entre os domínios do SF-36, os quais expressam a capacidade funcional (capacidade funcional, limitação por aspectos físicos e vitalidade) e a distância percorrida no TC6M, o que implica dizer que a melhora na qualidade de vida será acompanhada de incremento na capacidade funcional daquela população.

 

Palavras-chave: Hipertensão, Exercício, Qualidade de vida.