62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS PARA QUEBRA DE DORMÊNCIAS DE BANDARRA (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke)
Amanda Thirza Lima Santos 1
Monica de Souza Antônio 1
Janaine Torquato Cruz da Silva 2
Megmar Nunes Saltão 2
Maria Elessandra Rodrigues Araújo 2
Andreza Pereira Mendonça 2
1. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná - ULBRA, Agronomia
2. Instituto Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná
INTRODUÇÃO:
A bandarra (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) é uma espécie florestal que ocorre em áreas de terra firme na região amazônica. A madeira é utilizada na fabricação de compensados, portas, caixotaria, brinquedos entre outros. As sementes dessa espécie são de grande importância para a formação de mudas e utilizadas em programa de recuperação de áreas degradadas. Contudo, as sementes apresentam dormência devido à impermeabilidade do tegumento à água, causando um baixo índice de germinação e, conseqüentemente, dificulta a produção de mudas. Na Amazônia existe um grande número de espécies de comprovado valor silvicultural que podem participar dos programas de reflorestamento, entre as quais está inserido a banadarra, portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de tecnologia para superar a dormência e aumentar a germinação, dando suporte ao programa de produção de mudas. Neste contexto o presente estudo teve como finalidade avaliar tratamentos pré-germinativos que resultem em maior percentagem de germinação e vigor em sementes bandarra.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado nos Laboratórios do Centro Universitário Luterano e no Instituto Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná, Rondônia, no mês de agosto de 2009. Foram realizados os seguintes métodos para quebra de dormência: T0 - sementes sem tratamento pré-germinativo; T1 - imersão em água quente 90ºC, até atingir temperatura constante, seguida de repouso por 24 horas; T2 - ácido sulfúrico por 20 minutos; T3 - escarificação mecânica com lixa;T4 - embebição em água por 48horas. Em seguida, foram conduzidas as seguintes avaliações fisiológicas: Germinação - utilizou-se 200 sementes por tratamento, distribuídas em quatro repetições de 50 sementes; Primeira contagem - realizou-se conjuntamente com o teste de germinação, registrando a percentagem de plântulas na primeira contagem. Comprimento das plântulas: as medições da radícula + hipocótilo foram feitas com régua milimetrada no quarto dia após a semeadura e Peso da matéria seca: as plântulas foram colocadas em estufa com circulação forçada de ar, a 65ºC até atingir peso constante. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com cinco tratamentos e quatro repetições, sendo cada parcela experimental constituída de 50 sementes. As médias, após análise de variância, foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Os tratamentos de água quente a 90 ºC (T1) e ácido sulfúrico (T2) mostraram-se mais eficientes na quebra de dormência das sementes de bandarra, proporcionando os maiores valores de germinação (100 e 93,5%, respectivamente) e vigor verificados nos testes de primeira contagem e matéria seca. A eficiência destes tratamentos também foi mantida nos resultados obtidos pelo comprimento de plântula em relação aos demais tratamentos. A metodologia de superação da dormência de sementes deve ser determinada, levando-se em conta, praticidade e custo. O uso de ácido sulfúrico apresenta riscos, como: queimaduras, necessidade de um local apropriado para o seu descarte, além da dificuldade de empregá-lo em larga escala, devido aos cuidados necessários à sua aplicação e ao custo quando comparado ao tratamento que utiliza água. Assim, o uso do tratamento com água torna-se vantajosa tanto pela eficiência na superação da dormência, quanto pela praticidade e custo. A escarificação mecânica (T3) mostrou-se eficiente para superação de dormência (91%), entretanto com valores inferiores aos tratamentos T1 e T2. A escarificação mecânica é muito utilizada para superação de dormência provocada por impermeabilidade do tegumento, contudo, apresenta dificuldades de padronização no laboratório.
CONCLUSÃO:
A quebra de dormência tegumentar foi superada de forma promissora por meio dos seguintes tratamentos, respectivamente: imersão em água quente a 90 ºC, ácido sulfúrico por 20 minutos, seguido por escarificação mecânica.
Palavras-chave: essência florestal, germinação, Amazônia brasileira.