62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
GESTÃO DEMOCRÁTICA: A REALIDADE POR TRÁS DOS MITOS
Jeymersson Galvão Araujo 1, 2
Emanuell Cavalcanti do Nascimento Barbosa 1, 3
Monick Ezequiel Chaves 1, 3
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
2. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
3. Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
Ao fim da Ditadura Militar (1964-1985) iniciou-se no Brasil um processo de (re)democratização não só na política, como em todas as demais instâncias sociais. O ponto culminante de todo esse processo foi a feitura da Carta Magna de 1988. Dela se irradiou toda a ideologia democrática norteadora de quaisquer instituições do país, como consta no parágrafo único do artigo primeiro da mesma quando diz que "todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição" Dito isso, nesta pesquisa tem-se a incumbência de estudar uma dessas instâncias formadas por essa nova visão da sociedade, no caso, a Gestão Democrática. Bem como analisar sua aplicação prática com o intuito de observar qual "Gestão Democrática" está sendo realmente aplicada, isto é, analisar se não há uma deturpação do conceito na prática.
METODOLOGIA:
Pesquisas bibliográficas e documentais foram feitas, possibilitando, por conseguinte, que a pesquisa se desenvolva, primeiramente, em conceituar a democracia, em seguida a gestão democrática e, a partir desses conceitos, encontrar os meios pelos quais se desenvolve a gestão democrática na prática, concluindo com apontamentos necessários a sua aplicação correta.
RESULTADOS:
Deve-se ainda desatrelar o conceito de gestão democrática do interesse desenfreado de atingir uma meta, o que torna a gestão da educação uma gestão empresarial, sem se dar conta que os números são apenas uma leitura superficial e não uma verdade a ser perseguida. Os índices estatísticos, por óbvio, não devem ser descartados, mas devem sim representar um parâmetro, mas não uma paranóia que cause à educação uma loucura pelos resultados sem pensar nas consequências e nos meios para atingi-los. Contudo, esse artigo não pretende esgotar o todo da discussão pela gestão democrática tendo em vista a grandiosidade de problemas que a permeiam. Resta então, tratar de dois pontos ainda pertinentes ao assunto, a saber, insuficiência estrutural e financeira. Fatores importantes para complementar a possibilidade de uma gestão democrática são: as boas condições estruturais para o trabalho dos professores e para o estudo dos alunos. Assim, é necessário que os financiamentos para a educação sejam bem investidos e cheguem até seu destino final, que é a qualificação dos professores e para a suficiência de material para os alunos e funcionários.
CONCLUSÃO:
Diante do exposto no presente artigo, pode-se concluir que a gestão democrática da educação brasileira passa hoje por uma crise de viabilidade. As máculas que se formaram e se atrelaram à prática da gestão da educação brasileira alteraram sua real intenção. Fazendo assim com que, no Brasil, a gestão democrática se desvirtuasse. Essa impossibilidade de estabelecimento da gestão democrática ocorre pela incompatibilidade existente entre o atual modelo de sociedade brasileira e uma gestão onde a prioridade é o todo. Uma sociedade classista, altamente segregadora quanto ao poder econômico de cada um, com grupos que prevalecem sobre os outros, não tem condições de suportar uma política educacional onde se intenta a democracia e a qualidade educacional para toda a população. Para concluir, a gestão democrática da educação brasileira deve ter mais atenção do poder público, para que sejam tomadas medidas mais viabilizadoras para esse projeto que está morto nas páginas de uma Constituição e que não conseguiu chegar a realização plena.
Palavras-chave: Educação, Gestão, Democracia.