62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
TEORIA DE OREM NA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PLANEJAMENTO FAMILIAR
Ana Carolina Maria Araújo Chagas 1
Camila Félix Américo 2
Liana Mara Rocha Teles 2
Ana Kelve de Castro Damasceno 3
1. Acadêmica de Enfermagem. Depto de Enfermagem - UFC. Bolsista PET-MEC/SESu
2. Enfermeira. Mestranda em Enfermagem. Depto de Enfermagem - UFC
3. Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Enfermagem - UFC / Tutora do PET-MEC/SESu
INTRODUÇÃO:
O Planejamento Familiar (PF) consiste em um conjunto de ações pelas quais são oferecidos recursos para auxiliar a concepção e a anticoncepção, conforme a escolha da(o) usuária(o) e /ou casal. A Enfermagem, em sua essência, está envolvida no cuidado integral ao ser humano e, por isso, deve considerar também, todos os fatores que, direta ou indiretamente, possam estar influenciando as decisões e atitudes deste com relação à sua saúde. E dentre os muitos objetivos de nossa assistência, está o de tornar o indivíduo capaz de autocuidar-se. Através da teoria de Enfermagem de Orem tal assistência é facilitada e respaldada a corroborar para as ações de autocuidado individuais ou coletivas. Toda ação de Enfermagem, inclusive quando fundamentada em teorias, para que obtenha resultado satisfatório, deve ser sistematizada, visto que ela possibilita a construção, implementação e avaliação de um plano terapêutico. Assim, a prática de forma sistematizada e a aplicação de teorias de Enfermagem ao cuidar, melhoram qualitativamente a assistência. Dentro dessa perspectiva, objetivou-se relatar prática sistematizada de Enfermagem fundamentada na Teoria do Autocuidado de Dorothea Orem a uma usuária de serviço de Planejamento Familiar-PF.
METODOLOGIA:
Trata-se de um relato de experiência em serviço de PF em Unidade Básica de Saúde e domicílio, no período de maio a junho de 2009. O sujeito foi selecionado segundo os critérios: ser usuária do serviço de PF, maior que 18 anos e ser capaz de verbalizar suas necessidades. Foi utilizado o auto-relato estruturado por meio de entrevista, além de exame físico contemplando questões contidas em instrumento embasado por Orem. Na primeira consulta, realizada no serviço, houve um Levantamento de dados, em que comportamentos e informações puderam ser observados e obtidos. A partir disso, foram elaborados Diagnósticos de Enfermagem. Em seguida, realizou-se o Planejamento das intervenções de Enfermagem e identificação de Sistemas de Enfermagem. As intervenções de Enfermagem, bem como a Produção e controle dos Sistemas de Enfermagem, propostos pela teoria em questão, foram implementadas durante visita domiciliária. Após três encontros, mediante consulta agendada na UBASF, foi avaliada a capacidade para o autocuidado, bem como a eficácia das intervenções propostas. Para continuidade da assistência, a usuária passou a ser acompanhada mensalmente através de consulta agendada. Os dados foram analisados à luz da Teoria de Orem. Consideraram-se os aspectos éticos conforme a Resolução 196/96.
RESULTADOS:
A usuária utilizava métodos comportamentais para anticoncepção. Foram identificadas, embasadas na Teoria, demandas de autocuidado: não utilização do condom durante as relações sexuais e dificuldade de identificação de sinais/sintomas característicos de fases específicas do ciclo menstrual. Observou-se que a paciente necessitava do sistema de Enfermagem apoio-educação. Com isso, todas as intervenções foram realizadas com o objetivo de promover o autocuidado. Na fase de produção e controle dos sistemas de Enfermagem, realizou-se o fornecimento de atendimento. Para que a mulher pudesse seguir o plano de cuidados e alcançar os resultados esperados, prestou-se auxílio por meio de apoio-educação. Após as intervenções, observou-se comportamento de autocuidado, tais como: adoção do condom e método comportamental, perfazendo a dupla proteção (contra gravidez e Doenças Sexualmente Transmissíveis) e maior conhecimento e familiaridade acerca dos métodos comportamentais escolhidos. Assim, enfatiza-se que, no programa de PF, o enfermeiro, ao se deparar com usuárias que têm preferência por métodos comportamentais, deve investigar mais amiúde a capacidade de autocuidado dessa mulher, visto que a utilização correta de tal método requer vigilância e comprometimento por parte da mesma.
CONCLUSÃO:
A aplicação da Teoria de Orem neste estudo permite referendar que este modelo teórico pode ser recomendado como um instrumento ou um guia para auxiliar o enfermeiro na assistência em planejamento familiar, principalmente, quando a escolha da mulher recai em métodos comportamentais. Dessa forma, o modelo funciona como uma proposta de sistematização da assistência voltada para o autocuidado. A aplicação da Teoria do Autocuidado de Orem e a sistematização da assistência permitiram a identificação das ações de autocuidado e seus requisitos, facilitando o acompanhamento integral da cliente.
Palavras-chave: Teoria de enfermagem, Autocuidado, Planejamento Familiar.