62ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola |
COMPORTAMENTO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NO NORDESTE EM 1995 E 2006 |
Jamille Albuquerque de Oliveira 1 Daiane Félix Santiago 1 Ruan Carlos de Mesquita Oliveira 1 Maurício Lima de Oliveira 1 Patrícia Verônica Pinheiro Sales Lima 1 |
1. Departamento de Economia Agrícola, Universidade Federal do Ceará/UFC |
INTRODUÇÃO: |
A agropecuária é uma atividade desenvolvida no meio rural, em áreas que se encontram ocupadas pelo setor primário da economia no qual se destaca a agricultura e a pecuária. A agropecuária tem grande importância no cenário econômico do país, participando significativamente no Produto Interno Bruto (PIB). Nas suas relações com o mercado externo sua trajetória é longa e crescente. A abertura para o mercado externo gerou maior competitividade na produção, e com isso maior eficiência, que se reflete nos crescimentos apresentados nos resultados da pesquisa. Iniciativas do Governo com políticas de crédito, empréstimos com baixas taxas de juros, garantia de compra e programas beneficentes, o auxílio da pesquisa agrícola e boa fertilidade, favorecem o desenvolvimento e crescimento do setor agropecuário. A região Nordeste apesar de ser marcada por fortes "castigos" climáticos possui a presença marcante da agropecuária. O objetivo desta pesquisa é avaliar o comportamento da produção da agropecuária, entre 1995 e 2006, na Região Nordeste. Esta avaliação mostrará a situação da agropecuária nordestina ao longo dos últimos onze anos, a partir da comparação dos dados do Censo Agropecuário, publicados recentemente. |
METODOLOGIA: |
As análises gráfica, tabular e descritiva foram utilizadas na avaliação dos dados numéricos sobre estabelecimentos agropecuários, área usada para as atividades primárias, quantidade de terras utilizadas com lavouras, pastagens, matas e florestas, número de pessoas ocupadas neste setor, quantidade de tratores, efetivo de animais de criação e produção animal. Como já mencionado os dados utilizados na avaliação foram retirados do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponível em |
RESULTADOS: |
Observando a variação no número de estabelecimentos agropecuários o Maranhão e o Rio Grande do Norte foram os únicos que não apresentaram crescimento. Contrário ao crescimento no número de estabelecimentos a área usada para as atividades diminuiu na Bahia. A área usada para lavouras aumentou em todos os estados. A Bahia teve sua área usada para pastagens reduzida ao contrário dos demais estados. O numero de pessoas ocupadas com agropecuária não foi linear entre os estados, ocorrendo maior redução no Maranhão. A quantidade de tratores diminui em Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. Nos dois anos avaliados a Bahia liderou em número efetivo de bovinos, ocorrendo crescimento em quase todos os estados. Já para bubalinos o Maranhão se destaca notoriamente, e mais dois estados possuem números significativos de animais, Bahia e Pernambuco. O valor efetivo de ovinos não cresceu no Ceará. Alagoas e Sergipe possuem menores quantidades efetivas de cabeças de caprinos e ovinos. O número de suínos cresceu apenas em Sergipe. Nos dois anos Pernambuco lidera em número efetivo de aves e na produção de ovos, a produção caiu em quase toda a região. Bahia diminuiu sua produção de leite de cabra, mas aumentou a produção de leite de vaca, fato incomum para Piauí e Maranhão. |
CONCLUSÃO: |
Podemos buscar respostas para os resultados observados neste estudo, no entanto, se faz necessário um estudo mais aprofundado, o que não faz parte do objetivo proposto neste momento. A mecanização do plantio e da colheita podem ter favorecido o aumento do número de hectares usados com lavouras, além dos incentivos do Governo. A quantidade de pessoas ocupadas com a agropecuária variou de estado para estado, ainda é comum produtores rurais procurarem nas grandes cidades alternativas para aumentar sua renda. As condições climáticas restringem o sucesso da criação de bubalinos a três estados Bahia, Pernambuco e Maranhão, que detêm os maiores números efetivos de bubalinos. O apoio do Banco do Nordeste pode constituir um dos fatores que favoreceu o crescimento da pecuária leiteira em quase toda a região, o que ameniza os problemas tecnológicos. As culturas de subsistência foram positivamente influenciadas pelos incentivos originários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). A região Nordeste ainda possui muitas deficiências no setor agropecuário, no entanto a tradicionalidade das atividades agropecuárias e as condições físicas são dois grandes aliados para o crescimento deste setor na região. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq |
Palavras-chave: Agropecuária, Região Nordeste, Taxas de crescimento. |