62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais
SATISFAÇÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Ires Lopes Custódio 1
Marta Maria Rodrigues Lima 2
Francisca Elisângela Teixeira Lima 1
Aurilene Lima da Silva 3
Shérida Karanini Paz de Oliveira 1
Érica Rodrigues D´Alencar 1
1. Universidade Federal do Ceará
2. Companhia Energética do Ceará - COELCE
3. Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
INTRODUÇÃO:

As pessoas com necessidades especiais devem ser vistas como integrantes de um grupo populacional com características específicas que, se consideradas aptas ao trabalho, devem ter sua acessibilidade e acompanhamento adequado na empresa. Para tanto, devem estar incluídas em políticas de responsabilidade social da empresa com local seguro e saudável, incluindo medidas de saúde e segurança, e, sobretudo cultivando a qualidade de vida, com ações suscitadas, que visem promover a compreensão e a satisfação em suas atividades laborais. Os objetivos foram: identificar sentimentos que permeiam a relação do portador de necessidade especial com seu ambiente de trabalho; e analisar a satisfação dos deficientes sobre qualidade de vida no trabalho.

METODOLOGIA:

Estudo descritivo, de natureza qualitativa, desenvolvido em distribuidora de energia elétrica do Ceará. Participaram do estudo 10 portadores de deficiência lotados no setor administrativo da referida empresa a mais de um ano. A coleta de dados aconteceu em 2007, por meio de entrevista semi-estruturada. Os dados foram organizados, segundo a semelhança dos depoimentos, cuja análise foi fundamentada na literatura pertinente. Os aspectos éticos e legais foram contemplados.

RESULTADOS:

Os resultados revelaram que sete eram homens e três mulheres, a faixa etária variou de 25 e 49 anos de idade, sete eram casados e três solteiros, um tinha ensino fundamental, quatro médio e cinco superior, com cargos de agente administrativo, tecnólogo, engenheiro e contador, quatro tinham seqüela de paralisia infantil, dois com seqüela pós-acidente, dois surdos, uma amputação de membro e um com doença congênita (atrofia). Em relação ao sentimento, demonstraram-se constrangidos e descriminados pela maioria dos colegas de trabalho, principalmente aqueles que necessitavam de uma comunicação especial. Sentiam-se acanhados em trabalhar com outras pessoas, pois poucos interagiam com eles, evidenciaram pouco aproveitamento integral pela empresa. Os participantes revelaram satisfação quanto à realização de atividades pela empresa, concernentes a promoção da qualidade de vida no trabalho e admitiram que a companhia planeja e desenvolve ações voltadas para melhoria do trabalho no ambiente laboral. Segundo os relatos dos depoentes, a instituição mantêm programas que estimulam as mudanças de comportamento.

CONCLUSÃO:
Conclui-se que os deficientes apresentavam sentimentos negativos com relação ao trabalho, mas no decorrer da convivência eles vão se adaptando e melhorando a qualidade do trabalho, isso é acentuado mediante as ações educativas promovidas pela equipe da saúde ocupacional, a qual incentiva a participação dos deficientes em programas que estimulam a qualidade de vida, além de impulsionar os deficientes para a prática do autocuidado, visando promover mudanças no estilo de vida cada vez mais saudáveis.
Palavras-chave: Deficiente, Qualidade de vida, Trabalho.