62ª Reunião Anual da SBPC

F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 11. Economia

A influência da produção agrícola na concentração de renda - São Paulo versus Alagoas no período de 1970 a 2007.

Everton de Souza Coelho 1 Felippe Rocha Presado Menezes de Barros 1 Thiago Cavalcanti do Nascimento 1 Eliane Aparecida Pereira de Abreu 2

1. Universidade Federal de Alagoas 2. Universidade Federal Rural de Pernambuco

INTRODUÇÃO:

Ao analisarmos a economia de Alagoas em relação à economia paulista verificamos que a economia do estado de Alagoas é pouco diversificada baseada principalmente na produção sucro-alcooleira, com uma maior presença de latifúndios, concentração de renda e terra; enquanto que a economia do estado de São Paulo sendo mais diversificada, proporciona uma melhor distribuição da renda e consequentemente das terras. Devido às fortes diferenças existentes entre os estados citados, este estudo tem como objetivo verificar se a estrutura agrícola é diferente entre os dois estados, bem como o impacto dela no nível de atividade econômica e nos indicadores sociais. Para evidenciarmos tais diferenças é de fundamental importância citar respectivamente as análises teóricas que abordam a evolução da produção agrícola nos dois estados. Considerando as especificidades das economias de Alagoas e São Paulo a análise teórica está focada em dualismo tecnológico e inovação induzida.

METODOLOGIA:

A metodologia empregada na análise dos dados é dividida em dois momentos. No primeiro momento, é exposta a base de dados da estrutura agrícola que foi coletada nos censos/IBGE e dos indicadores sociais e de renda que foram coletados no IBGE e IPEA; no segundo momento é apresentado o método utilizado que foi dividido em três etapas: na primeira etapa, são analisados os indicadores de concentração de terra em Alagoas e São Paulo, na segunda segue uma análise dos indicadores sociais para os dois estados, e, na etapa final, o objetivo é identificar através de modelagem a relação entre os indicadores sociais e de crescimento da renda versus estrutura agrícola.

RESULTADOS:

Assim, baseado em dados coletados do IBGE e IPEA do período assim investigado, utilizamos o índice de Gini para concentração de terra e constatamos que os dois estados possuem concentração muito forte na faixa entre 0,701 a 0,900; porém em São Paulo pudemos notar uma desconcentração de terra no período de 1975 a 1995 passando ao nível de concentração de 0,77 para 0,75; já em Alagoas há um aumento na concentração passando de 0,83 para 0,85 respectivamente aos períodos citados, tornando-se maior que o brasileiro no último período que foi 0,84. Partindo para a análise da concentração de renda verificamos que no estado de São Paulo há uma diminuição da renda dos 1% mais ricos, ao passo que em Alagoas ocorre um aumento de renda dos mesmos constatando a tendência de que quanto mais concentrado a terra reflete numa concentração de renda maior; contudo, dado que esses fatores acabam afetando os indicadores sociais, quanto mais concentrados forem a renda e a terra piores serão os indicadores sociais, e, quanto menos concentrados a renda e a terra melhores serão os indicadores sociais; dessa forma, Alagoas por ter concentração de terra e renda mais elevada apresenta IDH menor, diferentemente de São Paulo que por apresentar concentração de terra e renda menor apresenta IDH maior.

CONCLUSÃO:

Concluímos que a concentração de terra em Alagoas supera o mesmo indicador para o Estado de São Paulo, e isto, reflete o fato de que em São Paulo tanto a distribuição da renda como IDH são melhores em comparação aos níveis de Brasil e Alagoas, portanto, o resultado é um indicativo de que uma melhor distribuição das terras implica em uma melhora nos indicadores sociais. Para obtermos um resultado mais preciso a próxima etapa do trabalho será calcular os indicadores de concentração de terra no âmbito municipal e identificar a relação entre estes indicadores e o comportamento da renda e dos indicadores sociais.

Palavras-chave: Concentração de terra, Distribuição de renda, Indicadores sociais.