INTRODUÇÃO

Este trabalho constitui uma reflexão parcial acerca da pesquisa-ação desenvolvida no âmbito do Projeto Transiarte na Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional. O tema da pesquisa é: O PROEJA indicando a reconfiguração do campo da Educação de Jovens e Adultos com qualificação profissional - desafios e possibilidades. A investigação é coordenada pela Universidade Federal de Goiás, tendo como instituições parceiras a Universidade de Brasília, Universidade Católica de Goiás e Instituto Federal de Goiás. Constitui objetivo de a pesquisa integrar a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Profissional, conforme sugeriu o Decreto 5.840/2006 e particularmente, a Lei N.º 11.741, de 16/07/2008, que no art. 37 introduziu um novo §, o 3º em que a EJA deve articular-se, preferencialmente, com a educação profissional. Buscamos compreender algumas questões: é possível amenizar o percentual de evasão e repetência na EJA pela significação da aprendizagem? O processo de escolarização e qualificação profissional integrado enfrenta que barreiras didáticas? Que barreiras ou limites de aprendizagens são identificados nas trocas da roda de discussão no espaço do laboratório de informática? É possível aprender e ensinar na perspectiva da Transiarte de modo criativo e colaborativo?

MÉTODO

A pesquisa-ação (BARBIER, 2007) como expressão da pesquisa qualitativa, oportuniza ao participante acompanhar e implicar-se nos desdobramentos das assertivas que a pesquisa e/ou grupo de pesquisa se propõe para investigar. São instrumentos de construção de diagnóstico: questionários, entrevista, diário de bordo, memorial, documentos, histórias de vida, oficinas de extensão, fotografias, vídeos, produções artísticas diversas, planejamento e avaliação. As estratégias de mobilização do coletivo foram as seguintes: adesão, reuniões semanais, seminários, mediações teóricas, oficinas de formação, protocolo de cooperação, participação em eventos. As ações das oficinas de formação agregam atividades artísticas tradicionais e o uso de softwares para formatação da mensagem que se quer construir e postar na rede. Todo o conhecimento produzido na pesquisa envolve todos os participantes; a análise dos dados (gráficos, tabelas, matrizes, artigos, dossiês, softwares, pesquisas...) conduz a novas questões, sugerindo algumas vezes, novos modelos de análise para a produção e avaliação no coletivo. A socialização das demais ações vai se constituindo via diálogo com a cibercultura. www.proejatransiartube.cefetgo.br;

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O percurso iniciado em 2007 na Região Administrativa de Ceilândia, Brasília, integra duas modalidades de educação em duas escolas: EJA e Educação Profissional. A investigação aborda o sujeito instituído de subjetividade, em processo de construção de sua identidade social, cultural e estética em um contexto de tensões diversas onde o mesmo busca a escolarização requerida no Mundo do Trabalho, a realização pessoal e profissional. A articulação política da pesquisa tem como construção um termo interinstitucional envolvendo a UnB, SETEC/MEC, IF-Brasília, SEDF, SECT que propõe o desafio da constituição do itinerário formativo como possibilidade de integrar a EJA a Educação Profissional. Ao tempo em que o jovem e o adulto ampliam os conhecimentos e aos poucos mudanças no currículo acontecem, vão se familiarizando e aprofundando saberes, novas habilidades e competências relacionadas à linguagem virtual e audiovisual. Do universo de estudantes mais de 80% finalizam o curso de transiarte; 100% dos professores envolvidos consideram a proposta inovadora e significativa, pois permite um diálogo criativo e construtivo na escolarização básica e formação profissional.

CONCLUSÕES

No processo de mediação da Transiarte é essencial considerar o individual e o social como dimensões basilares para despertar novas idéias que movimentam aspectos da identidade dos sujeitos. Propõem-se práticas educativas mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação no campo da EJA e Educação Profissional de modo inovador na medida em que compreende a voz e a subjetividade (potencial de aprendizagem) de um público de trabalhadores, que a escola não acolheu na idade apropriada. Assim, mobiliza o trabalho de formação dos docentes/discentes no espaço educativo do laboratório de modo criativo e articulado à realidade do aluno, integrando as linguagens (oral, escrita e audiovisual) e a arte presencial em um novo formato: o virtual. Portanto valorizam-se os saberes e a realidade dos sujeitos no itinerário formativo integrando. As tecnologias da informação e comunicação constituem-se em mais oportunidades de ensinar e de aprender agregando-se modalidades de ensino e de linguagens.