62ª Reunião Anual da SBPC

F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 4. Jornalismo e Editoração

IMPRENSA E CONTRA-HEGEMONIA NO RIO GRANDE DO NORTE

Ticianne Maria Perdigão Cabral 1 Maria do Socorro Furtado Veloso 2, 1

1. Departamento de Comunicação Social - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes 2. Profa. Dra./Orientadora

INTRODUÇÃO:

A defesa do direito à informação é a justificativa central desta pesquisa. A produção de conhecimento que vise resgatar as experiências contra-hegemônicas no jornalismo e na comunicação é essencial. Tal tarefa inclui a análise de veículos jornalísticos alternativos e populares, especialmente em grupos sociais silenciados na mídia de massa. Desta forma, pretende-se estimular o resgate de elementos da história da imprensa potiguar. A pesquisa aqui apresentada tem articulação direta com as ações desenvolvidas no ensino e extensão. O eixo dessas ações é a necessidade da democratização da informação, considerando-se que diferentes grupos sociais continuam à margem dos processos de comunicação midiática. Este estudo é vinculado à base de pesquisa Pragma (Pragmática da Comunicação e da Mídia). O grupo Pragma pretende contribuir para a compreensão de questões como políticas e estratégias de comunicação e mídia, observando e refletindo os fenômenos locais, regionais e globais sob a ótica da produção e das práticas de sentido e representação midiáticas; hegemonia e contra-hegemonia; comunidades, direito à informação e redes sociais, entre outros.

METODOLOGIA:

Primeiramente, ocorreu a revisão da literatura pertinente ao tema. A partir da bibliografia disponível construímos um quadro teórico sobre a área de Jornalismo Alternativo que foi essencial para a apreensão dos conceitos abordados. Em seguida, a pesquisa documental foi iniciada em bibliotecas públicas e particulares de Natal.

RESULTADOS:

A aproximação entre o projeto de pesquisa e a história da imprensa potiguar foi essencial para a expansão do conhecimento crítico acerca dos veículos que operam em contraponto ao poder dominante. Porém, constatamos que existe pouca literatura disponível sobre a imprensa alternativa no Rio Grande do Norte. Os registros históricos disponíveis estão em péssimas condições e/ou pertencem a acervos não renovados. No âmbito acadêmico, tais referenciais não tem aplicação ou são pouco conhecidos por professores e alunos. Mas o resgate e a sistematização de tais elementos, ainda que precários, oportunizaram o conhecimento das ações empreendidas por segmentos sociais historicamente sem voz na grande mídia.

CONCLUSÃO:

Durante o levantamento realizado, um jornal se destacou na história da imprensa alternativa no Rio Grande do Norte: trata-se do Salário Mínimo, que circulou em Natal de 1980 e 1983. Sob a epígrafe "Um jornal com fome de verdade", visava aproximar seus leitores da realidade local, de modo crítico. O jornal foi o único veículo de comunicação potiguar citado em Jornalistas e Revolucionários (1999), obra de referência do professor Bernardo Kucinski. O livro traz um panorama dos jornais alternativos criados no Brasil durante a ditadura militar (1964-1985) e é uma das bases teóricas mais importantes deste projeto de pesquisa.

Instituição de Fomento: Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Palavras-chave: Jornalismo Alternativo, Imprensa e Poder, Imprensa Potiguar.