A mela, cujo agente causal é o fungo Rhizoctonia solani (teleomorfo Thanatephorus cucumeris), é um dos principais problemas fitossanitários na cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata) em Roraima. A doença é de difícil controle e métodos alternativos de manejo integrado da mela vêm sendo investigados, destacando-se o uso de rizobactérias. Este trabalho teve como objetivo selecionar isolados de rizobactérias do feijão-caupi capazes de inibir o crescimento da colônia de Rhizoctonia solani utilizando o método de antibiose por difusão em meio.

Trinta e quatro isolados de rizobactérias do feijão-caupi foram semeadas em placas de Petri contendo meio 523 de Kado e Heskett (1970). Em cada placa foram distribuídas radialmente cinco rizobactérias por placa e utilizadas três repetições, sendo cada repetição uma placa. Depois de mantidas em incubadora a 26ºC por 24 horas, as células bacterianas foram mortas com a adição de 2 ml de clorofórmio na tampa da placa de Petri por quatro horas. Após esse período foi distribuída uma segunda camada de meio de Batata-Dextrose-Ágar e após solidificação do meio foi depositado, no centro de cada placa, um disco de micélio de R. solani. Após quatro dias, avaliou-se a presença ou não de halos de inibição do crescimento da colônia fúngica.

Das 34 rizobactérias testadas, cinco isolados (C12, C31, C41, C111, C131) foram capazes de inibir o crescimento da colônia de R. solani pelo método de difusão de meio. Embora não seja possível com essa metodologia quantificar a redução da taxa de crescimento micelial, ela permite a pré-seleção de antagonistas pelo mecanismo de antibiose quando se tem um número elevado de isolados para se avaliar, reduzindo o tempo de avaliação e o custo do método.

Há rizobactérias isoladas do feijão-caupi que são potenciais agentes de controle biológico da mela e a metodologia de difusão de meio pode ser utilizada para a seleção de rizobactérias pelo mecanismo de antibiose.