62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 7. Oceanografia - 1. Oceanografia Biológica
TAXONOMIA DO MANGUEZAL REGENERADO NO ENTORNO DO ESTUÁRIO DO RIO BACANGA - SÃO LUÍS - MA
Dayse Glória Silva Mendes 1
keyla Marques Oliveira 1
1. Depto.de Oceanografia e Liminologia, Graduando em Oceanografia- UFMA
INTRODUÇÃO:

As algas constituem os produtores primários que sustentam a vida nos mares e oceanos, portanto desempenham um papel ecológico fundamental na manutenção destes ecossistemas. As algas são elementos importantes na formação e conservação dos recifes de coral, ecossistemas com uma biodiversidade comparada às das florestas tropicais (Steneck & Testa, 1997). As macroalgas têm, portanto, uma participação muito importante nos processos biológicos do manguezal (Chirara & Tanaka, 1988) e também são consideradas importantes indicadores desse ecossistema, visto que algumas são exclusivas desse ambiente. No estado do Maranhão as macroalgas marinhas foram estudadas inicialmente por expedições estrangeiras cujas informações estão contidas no trabalho de Taylor (1931), e posteriormente por ficólogos brasileiros. Entre os trabalhos existentes em áreas de manguezais na ilha de São Luís, pode se destacar o levantamento taxonômico das clorofíceas feito por Ferreira-Correia & Brandão (1974) o estudo das macroalgas bentônicas realizado por Pacheco (1994) e o estudo da distribuição espaço-temporal de macroalgas em troncos e pneumatóforos do mangue Cutrim (1998).  O objetivo do presente trabalho é identificar as espécies de macroalgas que ocorrem em um manguezal regenerado no entorno do estuário do rio Bacanga, na ilha de São Luís, Maranhão.

      
METODOLOGIA:

A área objeto deste estudo, localiza-se no quadrante noroeste da ilha de São Luis, entre as coordenadas 2°32'26'' e 2°38'7" de latitude S e 44°16'00'' e 44°19'16" de longitude W, constituindo parte integrante da área de Proteção Ambiental do Parque Estadual do rio Bacanga. No entorno do estuário do rio Bacanga, cresce um manguezal regenerado, cuja área foi aterrada na década de 70 para a construção da Barragem sobre citado rio. Atualmente, esta barragem passa por vários problemas estruturais, além de apresentar impactos em decorrência dos lançamentos de efluentes domésticos de grande parte da ilha de São Luís, devido a deposição de lixo e corte do mangue. O levantamento das espécies foi realizado em duas estações de coleta durante o período estiagem do ano de 2009(Fig.1). Adotou-se para o estudo da comunidade de macroalgas a metodologia usual em ficologia, compreendendo: coleta, preservação, separação, fixação e identificação taxonômica do material coletado. Plantas inteiras foram obtidas com auxílio de espátula metálica. Para preservação do material foi feita separação precedida de limpeza e triagem do material, e fixadas em formalina a 4%. A identificação taxonômica foi efetuada a nível específico, fundamentada em consultas às bibliografias nacionais e internacionais dentre elas (Ferreira-Correia, 1983), (Cutrim, 1998), (Taylor, 1931, 1960).

RESULTADOS:

A biodiversidade de espécies de macroalgas registradas no manguezal estudado foi um total de nove espécies distribuídas em três divisões: Cyanophyta (algas azuis) com duas espécies, Clorophyta com três espécies e Rodophyta com quatro espécies. (Tab. 1):

Tab.1. Lista dos táxons registrados durante o período estudado no manguezal recuperado no estuário do Bacanga, São Luís - Maranhão.

 

Quando se compara a flora registrada na década de 80 e 90 relacionada nos trabalhos de Ferreira-Correia (1983) e Cutrim (1998) com o resultado desta pesquisa, observou-se uma redução do número de espécies, sugerindo-se como causas prováveis os impactos antrópicos provenientes do desmatamento, aterros e assoreamento dos manguezais. Deve-se ainda destacar a construção de indústrias exploradores e beneficiadoras de minério de ferro e alumínio, construção do porto do Itaqui, da Alumar e Ponta da Madeira, junto com a crescente exploração imobiliária na ilha de São Luis.

 

 

 

CONCLUSÃO:

Um total de nove táxons de macroalgas foi registrado no manguezal estudado. Dentre as cianofíceas Phormidium crosbyanum Tilden e Microcoleus chthnoplastes Thuret ex Gomont, dentre as clorofitas  Cladophoropsis membranacea Börgesen, Rhizoclonium africanum Kützing e Rhizoclonium riparium Harvey e dentre as rodófitas Catenella  caespitosa Irvine, Caloglossa leprieurii Martens, Bostrychia radicans Montagne e  Bostrychia calliptera Montagne .

Instituição de Fomento: UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA
Palavras-chave: Biodiversidade, Macroalgas, Fitobentos.